Os países garantidores das negociações de paz entre o governo da Colômbia e a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) expressaram sua esperança de que as negociações retomadas nesta segunda-feira (21) em Caracas cheguem a um bom termo.
É o que afirmaram Noruega e as ditaduras de Cuba e Venezuela, que constituem o grupo de fiadores das negociações, em um breve comunicado conjunto com a Igreja Católica colombiana e as Nações Unidas, estas duas últimas na qualidade de convidadas.
“Agradecemos a confiança depositada em nós. Aguardamos com expectativa o processo que se concretiza hoje. Sem dúvida, é um passo importante para alcançar a paz na Colômbia”, declararam no comunicado.
O governo da Colômbia e o ELN reiniciaram nesta segunda-feira na capital venezuelana as conversas de paz iniciadas em 2017 em Quito, durante o mandato do então presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e que posteriormente foram transferidas para Havana e suspensas em 2018 por seu sucessor, Iván Duque, devido ao ataque do ELN à Escola de Cadetes em Bogotá que deixou 22 mortos e 68 feridos.
O atentado levou o governo colombiano a pedir a Cuba que entregasse os negociadores da guerrilha que estavam em Havana, pedido que não foi atendido pela ditadura castrista. Em agosto, o governo de Gustavo Petro suspendeu as ordens de captura e os pedidos de extradição contra os delegados que estavam na ilha caribenha.
As partes, reunidas em um hotel de Caracas, disseram em declaração conjunta que concordam em “reiniciar com plena vontade política e ética o processo de diálogo político”, entendido como uma reivindicação “dos territórios rurais e urbanos que sofrem com violência e exclusão” e destacaram que a paz deve ser entendida como uma “política de Estado”.
“Expressamos nossa satisfação por poder presenciar hoje o reinício da mesa de negociações de paz, conforme acordado entre o governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional, ELN, em 4 de outubro na cidade de Caracas”, acrescentaram os fiadores.
Além disso, prometeram “agir em estrito cumprimento de nossa condição outorgada pelas partes, de forma responsável e imparcial”.
Cuba e Noruega já atuaram como avalistas nas negociações de paz entre o governo colombiano e os guerrilheiros das Farc, que levaram ao acordo de paz de 2016, no qual a Venezuela, juntamente com o Chile, desempenhou o papel de país acompanhante.
Porém, as negociações de paz com a ELN enfrentam forte resistência na sociedade colombiana. Nesta segunda-feira, a senadora Maria Fernanda Cabal criticou a libertação de Violeta Arango Ramírez, acusada de ter participado do atentado no shopping center Andino em Bogotá, em 2017, que deixou três mortos e nove feridos, para participar das conversas.
O Ministério Público colombiano sustenta que o ataque foi realizado pelo grupo Movimento Revolucionário do Povo (MRP), que já foi apontado como uma dissidência do ELN.
“Eles disseram que Violeta não fazia parte do ELN, seria uma vítima; mas agora está confirmado que ela será uma ‘gestora de paz’ nas negociações com esses terroristas. Que desastre, um sistema onde prevalece a vontade do perpetrador, ao invés dos direitos das vítimas”, escreveu Cabal no Twitter.
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