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Migrantes venezuelanos que moram em Medellin, na Colômbia, dormem enquanto esperam para participar de uma Feira de Emprego | JOAQUIN SARMIENTO/AFP
Migrantes venezuelanos que moram em Medellin, na Colômbia, dormem enquanto esperam para participar de uma Feira de Emprego| Foto: JOAQUIN SARMIENTO/AFP

A Colômbia suspeita que agentes da Guarda Nacional da Venezuela causaram brigas em um acampamento de refugiados em Bogotá, como forma de tentar desmoralizar os grupos que fogem do país devido à crise econômica.

A Prefeitura de Bogotá montou um acampamento de tendas temporárias para abrigar refugiados da Venezuela na zona oeste da cidade, com capacidade para cerca de 400 pessoas. No local, ocorreram brigas relacionadas à comida nesta semana e 16 moradores foram expulsos.

O governo colombiano investiga a possível participação de agentes da Guarda Nacional da Venezuela nestes distúrbios, que poderiam ter gerado a briga para tentar prejudicar a imagem dos refugiados e, assim, sabotar os esforços para receber os viajantes.

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"Notamos que três deles estavam com documentos falsos. Algumas das nossas fontes de informação indicaram que eles são da Guarda Venezuelana, disse Christian Krüger, diretor da entidade Migração Colômbia.

O conjunto de tendas é o primeiro do tipo em Bogotá, capital do país. As autoridades colombianas criaram campos para refugiados na fronteira com a Venezuela, mas resistem a fazer o mesmo no interior do país, pelo temor de que os viajantes decidam ficar de vez neles.

Os refugiados, alguns dos milhões que fugiram da crise econômica e social na Venezuela, estão ali há mais de uma semana, depois de serem forçados a deixar uma favela montada com lonas a alguns quilômetros de distância.

Os portões da área são protegidos por policiais. Apenas moradores da antiga favela são autorizados a entrar. 

Morar na rua ou em abrigos precários

Francis Montano, 22, que levava seus três filhos e sacolas plásticas com seus pertences, implorou para entrar. Barrada, disse que a única opção era ir dormir embaixo da ponte. 

Atrás dela, sobem colunas de fumaça vindas de fogueiras em meio a tendas amarelas. Montadas em um antigo campo de futebol em um bairro de classe média no oeste da cidade, elas são a nova casa de 422 venezuelanos.

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Alguns refugiados reclamam que as estruturas não são adequadas. Há quatro chuveiros para 65 tendas. Há também queixas sobre a qualidade da alimentação entregue, resumida a frutas e a sanduíches. 

"Há pessoas doentes aqui. As crianças estão abaixo do peso", disse Agustín Perez, 52, cuja tenda abriga sete pessoas e está coberta com roupas secando. "É humilhante". 

"Nós não estamos pedindo esmolas, apenas trabalho", disse Carmen Castillo, 29.

Números do êxodo

De acordo com a ONU, 3 milhões de venezuelanos fugiram do país, que enfrenta uma forte crise sob comando do ditador Nicolás Maduro. 

O êxodo, estimulado pela violência, hiperinflação e falta de comida e de remédios, fez com que um de cada 12 venezuelanos deixasse o país, gerando tensões nos vizinhos. A estimativa é que a Colômbia tenha recebido 1 milhão de venezuelanos, sendo que 3.000 chegam a cada dia. O governo diz que o número total pode chegar a 4 milhões de pessoas em 2021 e gerar um custo de US$ 9 bilhões por ano.

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A Prefeitura de Bogotá diz que a previsão é desmontar as tendas em meados de janeiro, quando espera-se que os migrantes tenham conseguido trabalho e alojamento, e que não haverá novos campos. 

Para a maioria, isso é improvável. Eles não conseguem emprego fixo, e buscam obter alguns pesos vendendo balas nos semáforos.

Doações de comida e de roupas são proibidas, porque o governo não quer que os migrantes se acostumem com as doações.

"Bogotanos de bom coração trouxeram comida, cobertores e suprimentos de emergência. Então eles não partiam", disse Liliana Pulido, diretora de assistência social da prefeitura. Segundo ela, "não haverá novos campos de tendas".

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