Em comunicado, governo do presidente Gustavo Petro classificou assassinato de quatro menores indígenas, que tentaram fugir após serem recrutados à força pelo EMC, como “grave violação do Direito Internacional Humanitário”| Foto: EFE/Javier Lizón
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O governo da Colômbia suspendeu parcialmente nesta segunda-feira (22) o cessar-fogo bilateral com o Estado-Maior Central (EMC), uma dissidência das Farc, após o assassinato no último final de semana de quatro menores indígenas que tentaram fugir após serem recrutados à força pela Frente Carolina Ramírez, que faz parte desse grupo.

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Em comunicado divulgado nesta segunda, o governo colombiano definiu o homicídio dos quatro jovens, ocorrido em Putumayo, departamento fronteiriço com o Equador, como “um fato atroz que questiona a vontade de construir um país em paz”.

O assassinato dos quatros menores foi denunciado no último sábado pela Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (Opiac).

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“Portanto, informa-se que o cessar-fogo bilateral que estava em vigor com este grupo armado nos departamentos de Meta, Caquetá, Guaviare e Putumayo está suspenso e todas as operações ofensivas foram reativadas”, disse o governo no comunicado, no qual acrescentou que esta medida “entrará em vigor nas próximas 72 horas”.

“Não há qualquer justificativa para este tipo de crime”, salientou o governo, que o considerou uma “grave violação do Direito Internacional Humanitário” por parte da organização ilegal, que se soma a outros incidentes que causam “incerteza e ansiedade na população”.

O referido cessar-fogo foi anunciado pelo presidente colombiano Gustavo Petro pouco antes da meia-noite de 31 de dezembro de 2022 e abrange cinco grupos armados com os quais seu governo busca um acordo de paz.

Esses grupos são a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), que ignorou publicamente esse acordo; o Estado-Maior Central e a Segunda Marquetalia, ambos dissidências das Farc; as Autodefesas Gaitanistas da Colômbia (AGC); e os Paramilitares de Sierra Nevada.

De acordo com o comunicado do governo, os delegados do EMC no mecanismo de monitoramento do cessar-fogo foram convocados para serem informados sobre a suspensão, mas não compareceram.

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“Se o cessar-fogo não for eficaz em certos territórios para proteger a vida e a integridade de toda a população, não há sentido em persistir com ele”, acrescentou o comunicado.

Apesar da suspensão parcial do cessar-fogo bilateral, o governo disse que divulgará em breve os nomes de seus delegados para uma negociação de paz com o EMC, “para iniciar a fase de diálogo peremptoriamente”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]