As eleições locais deste domingo (30) são as mais tumultuadas dos últimos anos na Colômbia. A campanha foi marcada pela violência - 41 candidatos foram mortos - e por acusações de corrupção - mais de 870 políticos com fichas sujas foram impedidos de concorrer, numa elogiada iniciativa de transparência eleitoral criada pelo governo federal.
Confusão maior, no entanto, ocorre na disputa pelo segundo cargo mais importante do país, a Prefeitura de Bogotá. Com 8,5 milhões de habitantes e orçamento de mais de US$ 12 bilhões, a capital conta com um governo provisório desde maio, quando o esquerdista Samuel Moreno foi afastado e preso por corrupção.
A campanha para substituí-lo levou ainda à cisão do Partido Verde, que, para muitos, era a única oposição viável ao chamado uribismo, a grande estrutura político-partidária construída em torno do ex-presidente Álvaro Uribe e de seu sucessor, Juan Manuel Santos.
Derrotado
Por conta da disputa em Bogotá, o Partido Verde virou uribista e perdeu seu rosto mais conhecido: Antanas Mockus, candidato derrotado por Santos nas presidenciais do ano passado. Mockus apoiava Enrique Peñalosa - como ele ex-prefeito de Bogotá, os dois sendo grandes responsáveis pelo renascimento da capital a partir dos anos 90, melhorando o sistema de transportes, criando bibliotecas públicas, reduzindo a criminalidade.
"Só que os uribistas não tinham um candidato de peso, e Uribe ameaçou se candidatar. O que dizem é que ele e Peñalosa fizeram um acordo: o ex-presidente não se lançaria e apoiaria Peñalosa. Em troca, o Partido Verde iria para o lado do governo. Mockus, um crítico ferrenho da corrupção e do clientelismo da era Uribe, se afastou", contextualiza Maria Teresa Ronderos, da revista Semana.
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