O presidente Alvaro Uribe, um aliado importante dos Estados Unidos na América Latina, conseguiu uma vitória esmagadora na eleição da Colômbia deste domingo, após conquistar o eleitorado com uma política de segurança dura em um país castigado por anos de conflitos e crimes.
Uribe registrou uma ampla votação de mais de 61 por cento nas eleições, segundo os resultados oficiais com 70 por cento das urnas apuradas.
O candidato do partido Polo Democrático Alternativo, Carlos Gaviria, com 22,31 por cento dos votos, reconheceu sua derrota e o triunfo de Uribe.
"O que temos que fazer neste momento é reconhecer a vitória do presidente Uribe", disse Gaviria à Rádio Caracol.
Horacio Serpa, do Partido Liberal, aparecia em terceiro lugar com 12,17 por cento, segundo autoridades locais.
Apesar de sua derrota, Gaviria se declarou satisfeito com a votação, que permitiu à esquerda se consolidar como a segunda força política do país, na frente do Partido Liberal.
Enquanto a contagem chegava ao final, centenas de pessoas se reuniam na sede de campanha de Uribe em um hotel de Bogotá, gritando: "Uribe, Uribe, Longa vida a Colômbia".
O dia passou em meio a um ambiente de calmaria e com milhares de soldados e policiais nas ruas.
Cerca de 26 milhões de colombianos estão aptos para votar e decidir entre a continuidade e a mudança proposta por cinco candidatos, que prometem solução negociada para o conflito interno e luta contra a pobreza e o desemprego.
Diferentemente de eleições anteriores, quando ataques da guerrilha deixaram dezenas de vítimas, desta vez as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc, pediram o voto contra Uribe e pouco atentaram contra o pleito.
O Exército anunciou que cinco combatentes das Farc morreram de forma acidental, quando tentavam instalar explosivos. Não há relatos de combates e ações contra alvos militares ou infra-estrutura.
"Tudo está muito tranquilo e calmo. Há mais segurança, a gente pode sair para votar. Nas eleições passadas havia mais desordem e medo", disse María Isabel Bogotá, 39 anos, eleitora em um bairro pobre da capital.
Analistas afirmam que a guerrilha avaliou que uma estratégia de ataques somente aumentaria a força de Uribe, o principal aliado dos Estados Unidos na América Latina.
Uribe apresenta como principais conquistas do seu governo de quatro anos a segurança, a redução de crimes e ataques.
O presidente afirma que se avançou no tema segurança, mas reconhece que há muito a ser feito. O pai de Uribe foi assassinado pelas Farc em 1983.
Cerca de 380 mil homens de forças de segurança foram espalhados pelo país para garantir a realização das eleições.
Cerca de metade da população colombiana não tem acesso à moradia, educação e saúde. Esses problemas vêm servindo de justificativa para os rebeldes e sua luta armada há décadas.
Uribe, que apresentou política agressiva contra o narcotráfico, que financia grupos armados, prometeu melhorar a assistência social.
Essa é a primeira vez em mais de um século que um presidente disputa a reeleição na Colômbia, depois que o Congresso aprovou em 2004 reforma nesse sentido.
Uribe se une a Hugo Chávez, na Venezuela, Carlos Menem, na Argentina, Alberto Fujimori, no Peru, e Fernando Henrique Cardoso, no Brasil. Todos conquistaram o segundo mandato depois de promover mudanças na legislação.