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Milhares de pessoas perderam juntos centenas de milhões de dólares com a quebra de esquemas de pirâmides na Colômbia, o que se junta à desaceleração econômica para criar a perspectiva de um Natal de vendas desaquecidas.

O governo ainda tenta contabilizar os prejuízos provocados por golpes em que investidores convenciam seus amigos a depositar dinheiro num fundo que geraria juros de até 150 por cento.

O ministro das Finanças, Oscar Zuluaga, disse que uma das agências, sozinha, movimentou 171 milhões de dólares nos últimos quatro meses. "O enorme volume de dinheiro envolvido vai desacelerar o fluxo da economia", disse Guillermo Botero, diretor da entidade varejista Fenalco, a uma rádio. "O consumo vai cair imediata e significativamente", acrescentou.

As pirâmides financeiras cresceram até o começo deste mês, quando os vigaristas começaram a sumir com os depósitos. Na quarta-feira, milhares de aplicadores depredaram agências das instituições envolvidas e entraram em confronto com policiais armados com cassetetes e gás lacrimogêneo.

As autoridades pareceram ser apanhadas de surpresa pelo escândalo e pela violência dos protestos. Numa pequena cidade do Departamento de Nariño (sul), o advogado público Byron Santander tentou intervir nos distúrbios e foi morto a tiros, na quarta-feira, acusado pelos manifestantes de ter embolsado parte do dinheiro.

Analistas de Wall Street também tentam avaliar a dimensão dos prejuízos. Não será fácil, devido à escassez de registros sobre essas transações, feitas apenas em dinheiro vivo.

"Certamente, as pessoas que perderam parte das suas economias vão restringir o consumo daqui para frente", disse Alberto Ramos, analista de Colômbia no banco Goldman Sachs, em Nova York.

A Colômbia já está sendo bastante afetada com a atual crise mundial, e o Banco Central prevê um crescimento de no máximo 1 por cento em 2009, bem abaixo dos 3,5 por cento previstos para este ano e dos 7,5 obtidos no ano passado, resultado de investimentos estrangeiros recordes.

As cadernetas de poupança normais são pouco procuradas na Colômbia devido às tarifas bancárias. As pirâmides, com sua promessa de dinheiro fácil, são comuns em países subdesenvolvidos, onde há pouco acesso a instituições financeiras mais sofisticadas.

Em 1997, o colapso dos esquemas de pirâmide na Albânia provocou prejuízos de 2 bilhões de dólares e gerou uma onda de anarquia que obrigou à intervenção de uma força de paz européia, sob comando da Itália.

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