Ed Miliband (à esquerda) e Cameron (à direita): sem entender. 
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Não é só no Brasil que os institutos de pesquisa erram vergonhosamente nas eleições. Na Grã-Bretanha, os eleitores impuseram um golpe doloroso não apenas no Partido Trabalhista, mas também nos institutos, que indicavam um empate técnico entre trabalhistas e conservadores. Abertas as urnas, foi constatada uma lavada dos conservadores liderados pelo primeiro-ministro David Cameron. Com 331 cadeiras no Parlamento de 650, Cameron não precisará de uma coalizão, como fez em 2010, quando não obteve maioria e formou o governo com o Partido Social Democrata. Os social-democratas tiveram uma queda de 57 para 10 cadeiras. O Partido Conservador teve 37% dos votos, contra 31% dos trabalhistas de Ed Miliband. Os institutos de pesquisa britânicos apostavam em uma diferença de apenas 2%, dentro da margem de erro, entre conservadores e trabalhistas.

Sem entender nada
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O resultado das eleições britânicas e a vitória relativamente tranquila dos conservadores foram recebidos como uma completa surpresa. Pesquisadores admitiram que algo deu muito errado, mas ainda não entendem o quê. “Os resultados eleitorais levantam questões sérias para todos os pesquisadores. Vamos olhar para os nossos métodos e pedir ao conselho britânico de pesquisas que faça uma avaliação”, disse o Populus, um dos principais institutos de sondagem de intenção de voto, no Twitter.

Colcha de retalhos

Alguns institutos de pesquisa britânicos, como o Survation e o ComRes, defenderam seu trabalho, salientando que acertaram o aumento da bancada do Partido Nacional Escocês e o colapso dos liberal-democratas. Andrew Hawkins, presidente da ComRes, disse que a fragmentação do panorama político trouxe aos pesquisadores “dores de cabeça extra”, transformando a eleição em uma “colcha de retalhos de disputas regionais” nas quais as tendências nacionais eram menos relevantes.

37% dos votos

foram dados ao Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron. O Partido Trabalhista teve 31% dos votos.

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“Há apenas uma pesquisa de opinião que conta, e essa é o dia da eleição.”

David Cameron, primeiro-ministro britânico e líder do Partido Conservador. O partido conseguiu 331 das 650 cadeiras do Parlamento britânico, contrariando as pesquisas divulgadas nas últimas semanas.

“Os resultados eleitorais levantam questões sérias para todos os pesquisadores. Vamos olhar para os nossos métodos e pedir ao conselho britânico de pesquisas que faça uma avaliação.”

Instituto Populus, que faz pesquisas no Reino Unido, no Twitter.