Um mês e meio após os atentados em Paris, será lançada na quarta-feira (25) uma nova edição do semanário satírico Charlie Hebdo, com tiragem de 2,5 milhões de exemplares. A edição marca o retorno à frequência semanal da publicação e busca promover um clima de normalidade, apesar das mortes de membros da redação e das ameaças trazidas pelos ataques em Copenhague, no último dia 15.

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Esta é a primeira edição do Charlie Hebdo após a “edição dos sobreviventes”, publicada uma semana após o ataque à sede do semanário. Na ocasião, a procura por exemplares provocou uma corrida às bancas de jornal na França, esgotando em poucos minutos os oito milhões de exemplares impressos.

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“O semanário, assim como qualquer outra publicação, deve continuar porque a vida continua, as novidades continuam. Nós não existimos para provocar choros em casa, somos um jornal satírico, engraçado, é preciso que nós façamos as pessoas rirem com assuntos cotidianos” afirmou em entrevista Patrick Pelloux, que escreve para o Charlie Hebdo desde 2004.

A capa da nova edição, divulgada nesta segunda-feira (23), é ilustrada pelo cartunista Luz e exibe um cachorro que leva um exemplar do semanário em sua boca sendo perseguido por líderes franceses, terroristas e por um papa, também retratados como cães. “Aqui vamos nós de novo!”, afirma o título da publicação. O cachorro, explica Luz, é um animal “irresponsável e submisso”. “Irresponsável é o ‘Charlie’, submissos são todos os demais que correm atrás”, afirmou o cartunista.

A imprensa francesa especula que o conteúdo da edição aborde temas como os escândalos sexuais do ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Khan e os ataques em Copenhague no dia 15, que deixaram dois mortos e cinco feridos após disparos em um evento em defesa da liberdade de expressão e nas cercanias de uma sinagoga.

A sede do semanário foi atacada no dia 7 de janeiro pelos irmãos Said e Chérif Kouachi, deixando 12 mortos. O semanário é conhecido por publicar charges que satirizam, dentre outros, o profeta do Islã, Maomé.