Como projetado por pesquisas de opinião nos últimos meses, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, é o nome favorito para vencer as eleições gerais deste domingo (4) no país, enquanto a longa apuração oficial caminha para a conclusão. O jovem mandatário, de 42 anos, foi o primeiro a concorrer à reeleição desde o fim da guerra civil no país, em 1992.
"De acordo com nossos números, vencemos a eleição presidencial com mais de 85% dos votos e um mínimo de 58 dos 60 deputados na Assembleia (Parlamento)", afirmou o presidente salvadorenho de forma antecipada.
Até a noite deste domingo, a apuração do Tribunal Superior Eleitoral de El Salvador apontava que o partido de Bukele, o Nova Ideias, tinha 83% dos votos, liderando 31,49% das urnas, o equivalente a 1.295.888 de votos, seguido por Manuel Flores, com 110.244, e Joel Sánchez, com 96.700.
Bukele é considerado o presidente mais popular da América Latina, com uma aprovação superior a 90% - nove em cada dez salvadorenhos aprovam sua gestão. Tal popularidade se deve à luta de seu governo contra o crime organizado que controlava o país centro-americano.
Em 2015, a pequena nação era considerada a mais violenta do mundo, com uma taxa de homicídios em 106,3 para cada 100 mil habitantes. Essa realidade mudou drasticamente após a chegada do presidente Nayib Bukele, em 2019, que decretou estado de emergência nacional e iniciou um forte combate às gangues nos anos seguintes do mandato. Como resultado, em 2023, o índice de homicídio do país chegou a apenas 1,7 caso por 100 mil habitantes, segundo estatísticas oficiais.
A principal medida elaborada pelo chefe de Estado foi a construção do maior presídio do continente americano, com capacidade para receber até 40 mil detentos: o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot). De acordo com informações do Ministério da Infraestrutura de El Salvador, a prisão é destinada a líderes de facções criminosas como a Barrio 18 e Mara Salvatrucha (MS-13), as maiores que atuam no país. Os últimos números divulgados pelo governo dão conta de 68.294 presos somente durante o período de exceção.
Bukele concorre à reeleição após El Salvador realizar mudanças de interpretação na lei e no sistema judiciário do país, que não permitiam um novo mandato ao presidente. Com a reinterpretação, a única condição imposta pelo Parlamento foi a renúncia do mandatário do cargo de presidente seis meses antes da corrida eleitoral, medida acatada por ele.
Entre os candidatos que disputam a chefia de Estado estão Manuel Flores, da Frente Farabundo Martí para a Liberação Nacional (FMLN, de esquerda) e Joel Sánchez, da Aliança Republicana Nacionalista (Arena, de direita), os dois partidos que governaram o país até a ascensão de Bukele e sua legenda, Novas Ideias (NI).
Se os números de atual presidente forem confirmados, ele será o primeiro presidente a ser reeleito nos últimos 32 anos no país.
A maior parte dos centros de votação disponibilizados em El Salvador fecharam às 17h (20h em Brasília), deste domingo (4), dando lugar ao início da apuração do pleito em que o atual mandatário busca a reeleição. Segundo pesquisas, a estimativa é de que ele alcance entre 65 e 80% dos votos.
Para vencer no primeiro turno, um dos candidatos deve obter 50% dos votos mais um a seu favor, número que extraoficialmente já foi alcançado por Nayib. Caso nenhum alcance essa porcentagem, haverá um segundo turno com data ainda a ser definida entre os dois melhores colocados.
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