São Paulo - Numa manobra vista pela oposição bareinita como uma invasão que pode levar a uma "guerra não declarada, mais de mil soldados da Arábia Saudita e 500 policiais dos Emirados Árabes Unidos entraram ontem no território do Bahrein.
Com mais de 150 veículos blindados, a ação ocorreu a pedido da família real do Bahrein, de origem sunita, como reforço à repressão dos protestos da minoria xiita por democracia e pela saída do rei Hamad bin Isa al Khalifa.
Na praça Pérola, no centro da capital Manama, milhares gritavam "não à ocupação, enquanto as tropas cruzavam a ponte que liga a Arábia Saudita ao Bahrein.
"Perigo"
Embora a força militar atue sob a égide do Conselho de Cooperação do Golfo (CGC), do qual o Bahrein é membro e que inclui ainda o Qatar, o Kuait e Omã, a oposição bareinita viu a ação como uma ocupação militar que "coloca em perigo o povo desarmado.
Os EUA apoiaram a ação e disseram não se tratar de uma invasão, embora a Casa Branca tenha reiterado que defende o diálogo político como a melhor maneira para lidar com os protestos no país.
Repercursão
Em Teerã, a Chancelaria iraniana defendeu o direito de protesto da minoria xiita bareinita e chamou o país a impedir a intervenção externa, que "deve somente complicar a situação.
A maioria das dinastias que governam os países do golfo Pérsico é sunita, e o Irã, país persa de maioria xiita, tem dado demonstrações de incentivo aos manifestantes bareinitas.
De posse das maiores reservas de petróleo do planeta, a Arábia Saudita produz mais de 8 milhões de barris por dia e é também o maior exportador e produtor entre os membros da Opec (Organização dos Países Produtores de Petróleo).
Riad busca impedir que a revolta no país vizinho incentive sua minoria xiita a fazer protestos semelhantes.