Iranianos iniciaram nesta sexta-feira (5) marchas por todo o país para apoiar a “libertação” da Palestina e se despedirem dos sete membros da Guarda Revolucionária mortos em um ataque ao consulado iraniano em Damasco, que o Irã atribui a Israel.
Entre os atingidos fatalmente estavam o principal oficial da Força Quds na Síria e no Líbano, o brigadeiro-general Mohamed Reza Zahedi, e seu braço direito, o brigadeiro-general Mohamed Hadi Haj Rahimi.
As marchas começaram por volta das 10h (horário local, 3h30 de Brasília) em várias partes do país, desde a província de Khorasan Razavi, no nordeste, até a de Sistão-Baluchistão, no sul, e serão realizadas em outros pontos, segundo a agência de notícias estatal IRNA.
Em Teerã, os manifestantes gritavam "morte a Israel e aos Estados Unidos" durante o cortejo fúnebre dos membros da Guarda Revolucionária, que ocorreu no mesmo dia do chamado Dia de Al Quds (Jerusalém), instituído em 1979 pelo aiatolá Ruhollah Khomeini para defender a "libertação palestina" e a queda do Estado de Israel.
Segundo a agência AFP, a multidão exibia bandeiras de lideranças do país, palestinas e da milícia libanesa Hezbollah, financiada pelo regime de Teerã, durante a marcha na capital.
O general Hosein Salami, atual chefe da Guarda Revolucionária, reiterou em seu discurso público a determinação de "punir" Tel Aviv pelo ataque contra seus militares. "O regime sionista não conseguirá escapar das consequências do mal cometido. Está exposto e sabe muito bem o que vai acontecer", afirmou.
Trata-se do pior golpe contra o corpo militar de elite iraniano após a morte de Qasem Soleimani, um general iraniano que chefiou a Força Quds da Guarda Revolucionária até ser morto pelos EUA em um bombardeio no Iraque em 2020.
Na quarta-feira (3), o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu que Israel seria "esbofeteado" pelo ataque a Damasco, e afirmou que os esforços desesperados na Síria não salvariam os israelenses da derrota na guerra contra o Hamas.
As ameaças de Teerã mobilizaram o Exército de Israel a aumentar o número de pessoal e reservistas servindo na Força Aérea, o que a imprensa israelense associa a um estado de "alerta máximo" no país.
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