O ditador chinês, Xi Jinping, discursando na cerimônia de posse do novo presidente-executivo de Hong Kong, John Lee, em Pequim| Foto: EFE/EPA/MARK R. CRISTINO
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O relatório anual da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) denunciou um crescimento da perseguição chinesa contra cristãos em Hong Kong.

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Isso ocorre principalmente após a aprovação da nova Lei de Segurança Nacional pelo parlamento local, que sofre forte influência da ditadura comunista de Pequim.

A legislação restringe severamente a liberdade de expressão, associação, reunião e de imprensa, o que atinge diretamente os religiosos que residem no território semiautônomo.

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Além das regras gerais que afetam toda a população, alguns artigos são especificamente voltados para a vigilância de religiosos. Um deles, por exemplo o artigo 23, obriga lideranças católicas a revelarem segredos do confessionário que, segundo as autoridades, podem colaborar com a identificação de dissidentes.

Caso desobedeçam a legislação, os padres podem enfrentar uma pena de até 14 anos de prisão.

No relatório, a situação de Hong Kong em relação à liberdade religiosa é classificada como "preocupante". A nova política influenciada pela China levou muitas igrejas e grupos religiosos a se autocensurarem para evitarem retaliações do governo local ou do regime chinês.

Um pastor protestante, Garry Pang Moon-yuen, foi o primeiro clérigo de Hong Kong a ser condenado ao abrigo da recente Lei de Segurança Nacional. Ele foi preso em 2022, período no qual Pequim já havia apresentado normas para maior controle do território. Posteriormente, o líder foi acusado de "pregação sediciosa".

O mais recente relatório da USCIRF destaca que, em 2023, as condições de liberdade religiosa na China se deterioraram. A ditadura intensificou sua política de “sinicização da religião”, exigindo que todos os principais grupos religiosos obedecessem ao Partido Comunista Chinês e à sua ideologia.

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A perseguição às igrejas protestantes domésticas também aumentou. De acordo com a USCIRF, o regime comunista continuou com sua repressão nacional às igrejas domésticas, detendo, prendendo e sentenciando protestantes independentes por acusações de "ameaças à segurança". De acordo com o levantamento, Pequim torturou cristãos detidos em centros de detenção e prisões secretas.

Outro relatório recente da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira informou que milhares de cristãos de Hong Kong fugiram para o Reino Unido diante da crescente perseguição nos últimos anos, estabelecendo cerca de 30 novas igrejas no país. Hong Kong tornou-se uma colônia britânica em 1842 e foi devolvida à China em 1997.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]