75% de participação popular teve a eleição presidencial de ontem segundo a imprensa turca. O número ficou abaixo de 89% registrado nas eleições locais de março. Aproximadamente 53 milhões de turcos foram convocados para votar. Todos os analistas concordaram que uma baixa participação beneficiaria Erdogan, já que seu eleitorado conservador é mais fiel que o dos partidos laicos da oposição.
O premiê Recep Tayyip Erdogan saiu vencedor da primeira eleição presidencial direta da Turquia, realizada ontem. Ele obteve 51,9% dos votos, resultado que permitirá que Erdogan comande o país por mais cinco anos. Ele é primeiro-ministro desde 2003, com três nomeações, e agora, se demitirá do cargo e nomeará um substituto antes de assumir a Presidência, em 10 de setembro.
"Hoje, a vontade nacional ganhou mais uma vez. Hoje, a democracia venceu mais uma vez", disse, em discurso feito da varanda da sede do seu Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), na capital, Ancara. Foi a primeira vez em que os turcos realizaram uma eleição presidencial direta antes, a escolha cabia ao Parlamento. Segundo os resultados publicados pela imprensa turca, com 99% das urnas apuradas, o principal candidato da oposição, Ekmelettin Ihsanoglu, obteve 38,3% dos votos e o da minoria curda, Selahattin Demirtas, 9,7%. Ihsanoglu admitiu a derrota num discurso em Istambul e desejou sucesso a Erdogan.
O premiê, que tentou em 2013 instaurar o regime presidencial no país, deixou claro que usaria todos os poderes a seu alcance para reformar a Constituição e "presidencializar" o governo. A mudança, no entanto, só será possível com uma ampla vitória do AKP nas eleições legislativas de 2015. Erdogan não oculta seu desejo de seguir no poder pelo menos até 2023, quando será celebrado o centenário da fundação da República Turca.
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