O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou nesta sexta-feira (4) que o ataque contra Israel foi “o menor dos castigos” ao país até o momento, comentário que fez com um fuzil na mão durante uma oração coletiva em memória do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, morto em um ataque de Tel Aviv na semana passada.
“O que as nossas forças militares fizeram foi o menor dos castigos para a agressão do regime israelense”, disse a mais alta autoridade política e religiosa do Irã na mesquita Imã Khomeini, em Teerã, onde estavam reunidos milhares de fiéis.
“A ação brilhante das nossas forças armadas há algumas noites foi completamente legal e legítima”, acrescentou Khamenei, referindo-se ao lançamento de quase 200 mísseis contra Israel na noite de terça-feira.
Durante a fala, Khamenei voltou a proferir ameaças contra Israel, ao dizer que, “se necessário, atacaremos novamente o regime sionista no futuro”, embora tenha esclarecido que “não hesitaremos nem nos precipitaremos. Faremos o que for sensato”.
O líder supremo iraniano frisou que “toda nação tem o direito de se defender contra o agressor”, em uma referência aos assassinatos de Nasrallah e de um general iraniano nos ataques israelenses em Beirute, há uma semana, e do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em julho, em Teerã.
“O Hezbollah e o seu heroico e martirizado líder são a essência das virtudes e da identidade históricas do Líbano”, disse Khamenei sobre o grupo terrorista, que é um dos principais aliados de Teerã na região.
Durante o discurso, a autoridade máxima do Irã ainda descreveu o massacre do Hamas em Israel no ano passado, que desencadeou a guerra em Gaza, como “lógico e legal”.
“Os ataques que ocorreram por volta desta época no ano passado foram um movimento internacional lógico e legal, e os palestinos estavam certos”, disse Khamenei, no raro sermão desta sexta-feira em Teerã.
Apelo por unidade islâmica
Khamenei também fez um apelo ao mundo muçulmano para se unir contra o inimigo, “cuja política é dividir para conquistar”, segundo ele.
“A política do Corão é que as nações muçulmanas devem estar unidas”, declarou, ao mesmo tempo em que enfatizou que o “inimigo do Irã é o inimigo da Palestina, do Líbano, do Iraque, do Egito, da Síria e do Iêmen”.
Além disso, culpou os Estados Unidos pelas tensões no Oriente Médio. “Os EUA buscam o controle dos recursos da região através do regime israelense”, afirmou.
Após o discurso, Khamenei realizou sua primeira oração coletiva de sexta-feira desde 2020, quando o fez após a morte de Qasem Soleimani, ex-general da Força Quds da Guarda Revolucionária iraniana, assassinado pelos EUA no Iraque.