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Hamas invade importante base do Fatah e consolida poder em Gaza

Extremistas do Hamas levantaram nesta quinta-feira suas bandeiras verdes sobre um dos últimos bastiões na Cidade de Gaza do Fatah, que são forças leais ao presidente palestino, Mahmoud Abbas. O líder, que fará um pronunciamento nesta quinta-feira em que poderá anunciar o fim do governo de unidade palestino , pediu publicamente pela primeira vez que o Fatah reaja ao Hamas. Na segunda-feira, o Hamas havia controlado a região fronteiriça com o Egito .

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Vendo que Gaza já está praticamente dominada pelo movimento radical islâmico Hamas, o grupo laico Fatah resolveu partir para o ataque na Cisjordânia.

A maioria dos líderes do Fatah já se encontra na cidade de Ramalah, na Cisjordânia, com o presidente Mahmoud Abbas, depois de Gaza ter caído quase totalmente nas mãos do movimento radical Hamas. E dezenas de integrantes armados do grupo já começaram a atacar estabelecimentos do Hamas no local.

Entre os pontos atacados pelos militantes do "Mártires de al-Aqsa", o grupo armado do Fatah, está uma produtora de TV, que pertence ao Hamas, e seqüestraram 12 pessoas, na cidade de Nablus, a mais populosa da Cisjordânia.

Nesta quinta, o al-Aqsa incendiou um escritório parlamentar do Hamas, também em Nablus. Segundo testemunhas, os militantes entraram nas instalações e começaram a destruir os móveis e equipamentos.

Depois incendiaram o local, que serve de sede para os deputados do Hamas na região.

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A saída dos líderes

Fontes do Fatah disseram que muitos líderes e altos oficiais conseguiram sair de Gaza nos últimos dias, graças as suas boas relações com os órgãos de segurança e o Exército de Israel.

Segundo as fontes, os funcionários entraram em Israel através de Erez e outras passagens fronteiriças, seguindo depois para Ramalah. Um dos poucos que ficaram em Gaza é Maher Hellez, secretário do Fatah. Ele está sendo protegido pelas forças da Segurança Preventiva.

Nas últimas horas o Hamas informou que tinha tomado o quartel da Segurança Preventiva, o que ainda não foi confirmado.

Nesta quinta-feira, militantes do Fatah saíram às ruas das principais cidades da Cisjordânia em uma demonstração de força e para exigir que o Hamas interrompa sua campanha na Faixa de Gaza.

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Tanto na cidade de Ramalah, como na de Jenin, centenas de partidários do Fatah saíram às ruas para exigirem que o Hamas interrompa a violência em Gaza e expresse unidade e solidariedade com seus partidários na faixa mediterrânea.

Em Gaza

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, ordenou nesta quinta (14) que suas forças de segurança enfrentem os milicianos do Hamas e impeçam a queda de Gaza nas mãos do movimento islâmico.

Um oficial das forças de segurança confirmou que a ordem foi dada na manhã desta quinta, depois de altos comandantes pedirem a Abbas a autorização para combater.

O Hamas, que controlava nesta quinta a maioria das posições dos serviços de segurança fiéis ao partido Fatah, sitiou o principal quartel-general da cidade de Gaza e exigiu a rendição das forças presentes, informou a televisão do Hamas.

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"As Brigadas Ezzedin al-Qassam pedem aos membros da segurança de Saraya (nome do quartel-general) em Gaza que se rendam", afirmou a rede de televisão Al-Aqsa do Hamas, que anunciou o início do cerco aos edifícios.

Este quartel-general é o maior da Faixa de Gaza. Sua queda significaria a derrota total das forças de segurança leais ao presidente Mahmud Abbas, após a perda de outras posições importantes em todo o território.

Sem ajuda da Europa

A comissária européia de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, redobrou nesta quinta seus pedidos à união nacional das forças palestinas do Hamas e do Fatah e se disse preocupada com a "ferocidade" dos últimos confrontos em Gaza.

Em comunicado, a comissária lembrou que, desde que o Governo de união nacional foi formado, em março de 2007, o Executivo da União Européia tem aumentado as ajudas aos palestinos.

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Mas na quarta-feira a Comissão Européia informou que a Agência Européia de Ajuda ao Desenvolvimento suspendeu os 16 projetos humanitários que desenvolve na Faixa de Gaza devido aos problemas de segurança pela violência entre as facções do Fatah e do Hamas.

A disputa entre Hamas e Fatah começou a piorar a partir de janeiro de 2006. Na ocasião, o Hamas venceu o rival nas eleições parlamentares e dividiu o poder.

Enquanto o premiê Ismael Haniyeh, era do Hamas, o presidente, Mahmoud Abbas, pertencia ao Fatah, que diferentemente do rival, tem boas relações com Israel.

Após brigas e mortes, as duas partes entraram em um acordo para que fizessem um governo de união, em março de 2007. A paz, porém, durou pouco mais de um mês, quando o Hamas rompeu um cessar-fogo com Israel.