O governo da Argentina renovou o programa “Preços Cuidados”, que pretende, em meio à alta inflação, dar uma referência de preço para bens representativos do consumo cotidiano, de acordo com um comunicado do Ministério do Desenvolvimento Produtivo.
O governo do presidente Alberto Fernández chegou a um acordo com mais de cem empresas produtoras de bens de consumo de massa, de modo que 1.321 produtos farão parte da nova lista do programa, segundo a nota oficial.
O programa terá vigência anual, com revisões trimestrais. A primeira etapa valerá até 7 de abril e prevê um aumento médio mensal de 2% nos preços de todos os produtos.
O lançamento da nova cesta do “Preços Cuidados” ocorreu um dia antes da divulgação da inflação em dezembro.
Problema histórico na Argentina, a inflação foi de 51,2% em novembro na comparação com o mesmo mês no ano anterior. Só na divisão de alimentos e bebidas não-alcoólicas, os preços dispararam 50,5%.
Resultado de um acordo entre governo, fabricantes, distribuidores, supermercados e atacadistas, o programa “Preços cuidados” surgiu em 2013, no mandato de Cristina Kirchner na presidência - ela é a atual vice. Mantido na gestão de Mauricio Macri (2015-2019), ele foi relançado por Alberto Fernández com uma estratégia própria, que incluía o pedido de congelamento de preços de mais de 1,4 mil produtos até 7 de janeiro do ano passado.
De acordo com o comunicado oficial, em 2022 o programa duplica o número de produtos que compunham a cesta anterior e inclui artigos de mercearia, limpeza, livraria, perfumaria, higiene e cuidados pessoais, produtos para bebês, animais de estimação, produtos frescos (como lácteos, frios e massas), congelados e bebidas, entre outros.