Após meses de campanha, os presidenciáveis se enfrentam nas urnas neste domingo (22), em eleições para definir a nova chefia da Casa Rosada para os próximos quatro anos| Foto: EFEEFE/ Tomás Cuesta/POOL /ARCHIVO
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Os mais de 40 milhões de eleitores argentinos vão às urnas neste domingo (22), em uma votação histórica para definir a próxima chefia da Casa Rosada pelos próximos quatro anos.

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Atualmente, o país enfrenta uma profunda crise econômica, com níveis de pobreza acima de 40%, uma inflação recorde que já ultrapassa os 138% e uma forte desvalorização da moeda local, o peso argentino.

Segundo o jornal La Nación, esse é o principal fator que deve influenciar o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais deste final de semana.

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Outro temor dos presidenciáveis é a abstenção de votos. Nas Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (paso), apenas 69% dos eleitores foram às urnas, o segundo registro mais baixo desde o retorno da democracia em 1983.

Entre os cinco candidatos com possibilidade de voto, há três que se destacam na corrida eleitoral: o vencedor das primárias de agosto, o libertário Javier Milei; o atual ministro da Economia, Sergio Massa; e Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança do governo de Mauricio Macri.

O jornal La Nación fez uma análise comparando 12 pesquisas recentes sobre as eleições, divulgadas neste mês. Em 11 delas, o economista Milei aparece como favorito, com projeções que variam de 35,5% a 33%. Em apenas uma das sondagens, elaborada por um instituto brasileiro, Massa lidera, com 30,6% das intenções de voto (link).

Apesar das diferentes projeções, a votação ainda é incerta e pode caminhar para um segundo turno, previsto para acontecer no dia 19 de novembro.

Os principais nomes cotados para disputarem uma segunda votação são o do libertário Milei, com propostas de dolarizar a economia argentina e “acabar” com o Banco Central, e de Massa, peronista que é apoiado pelo governo de Alberto Fernández e partidos de esquerda do país.

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Como funcionam as eleições?

Na Argentina, o processo eleitoral começa antes das eleições oficiais para escolha de uma nova liderança, com as prévias do país, mais conhecidas como Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO).

Essa primeira votação serve como um “termômetro popular”, na qual as coligações definem os principais candidatos aptos a representarem as legendas. Caso uma coligação não alcance 1,5% dos votos, ela fica fora da corrida eleitoral.

As prévias argentinas aconteceram no dia 13 de agosto, ocasião na qual o libertário Javier Milei surgiu como uma grande surpresa ao sair vitorioso, com mais de 30% dos votos.

Depois dessa primeira etapa, ocorrem as eleições oficiais, obrigatórias para pessoas com idade entre 18 e 70 anos e com possibilidade de dois turnos.

Na Argentina, um candidato pode vencer no primeiro turno se alcançar pelo menos 45% dos votos ou 40% com uma diferença de mais de dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado.

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Caso nenhum dos candidatos chegue a esses requisitos, os dois mais votados disputam um segundo turno, no qual vence quem obtiver uma maioria simples dos votos.

Os eleitores também escolhem nesse momento os candidatos que vão concorrer ao Parlamento do Mercosul, à Câmara dos Deputados e ao Senado. Ao todo, são 130 deputados e 24 senadores, além dos governadores de Buenos Aires e Entre Rios.

Os eleitos tomarão posse em 10 de dezembro, para um mandato de quatro anos, até dezembro de 2027, substituindo o atual chefe da Casa Rosada, o peronista Alberto Fernández.

Buenos Aires no “radar” dos candidatos 

Diante do suposto favoritismo indicado pelas pesquisas de opinião, Milei busca atrair o voto dos eleitores anti-Kirchneristas e dos indecisos, que estão divididos entre as propostas apresentadas pelos principais candidatos.

Na fase final da campanha, o libertário tem priorizado sua estratégia política em Buenos Aires, onde vivem mais de 13 milhões de eleitores e sua coligação A Liberdade Avança ficou em terceiro lugar na Paso, com 24,52% de votos.

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Distritos estratégicos do interior do país também estão no radar do candidato, que quer alcançar ao menos os 40% dos votos necessários para a vitória em primeiro turno. Com essa porcentagem garantida, ele poderia se concentrar mais facilmente em conquistar a diferença de dez pontos em relação a Massa e Bullrich.

O atual ministro da Economia do país, Sergio Massa, deposita suas esperanças na capital, onde recebeu aproximadamente 3 milhões de votos nas primárias e se concentra 44% dos votos da legenda em todo país.

O candidato do União pela Pátria é apoiado pelo atual governo peronista e reúne diversos partidos de esquerda da Argentina.

Massa foi surpreendido pela região norte do país, onde houve forte queda de votos para a coligação, em comparação com as eleições anteriores. A Patagônia foi um dos redutos kirchneristas que viram o “fenômeno Milei” mudar a dinâmica eleitoral nas primárias. Apesar disso, há expectativa do peronismo de uma virada no reduto.

A terceira mais votada nas prévias argentina foi Patricia Bullrich, que integrou o governo de Maurício Macri como ministra da Segurança e agora tenta conquistar a principal cadeira do país.

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Buenos Aires é um colégio eleitoral essencial para Bullrich, que viu sua coligação, o Juntos pela Mudança, ficar em 2º lugar, com 38,6% dos votos.

Outras regiões estratégicas em que a candidata busca apoio são Santa Fé, Mendoza e Córdoba, distritos que apoiaram Milei nas primárias.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]