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Autoridades de Taiwan informaram nesta quarta-feira (11) que o regime chinês ampliou suas manobras militares ao redor da ilha, cercando a região com mais de 70 aviões e navios nas últimas horas.
Por meio de um comunicado, o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan (MND, na sigla em inglês) disse que, entre as 6h de terça-feira (19h de segunda-feira em Brasília) e as 6h desta quarta-feira (19h de terça-feira em Brasília), foram detectadas 53 aeronaves e 11 navios de guerra de Pequim nas proximidades de seu território, além de oito outros “navios oficiais”.
Esses números são superiores aos do dia anterior, quando Taiwan observou a presença de 47 aeronaves chinesas, 12 navios militares e nove navios militares da China nas proximidades da ilha.
Ainda segundo as autoridades, do número total de aeronaves, incluindo caças e drones, 23 cruzaram a linha média do Estreito de Taiwan e entraram nas regiões norte, sudoeste e leste da autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan, cercando completamente a principal ilha taiwanesa.
De acordo com Taipei, as forças do regime chinês estabeleceram nos últimos meses dois “muros navais" no oceano: um a leste da autoproclamada ADIZ taiwanesa e outro no Pacífico Ocidental, com o objetivo de reafirmar a soberania chinesa sobre o Estreito de Taiwan e intimidar os países da região.
“Em comparação com exercícios militares anteriores, a escala desse exercício é diferente em muitos aspectos (...) A China não está apenas conduzindo operações em torno de Taiwan, mas também tentando isolar a região ao estender suas forças militares para fora”, disse Hsieh Jih-sheng, vice-diretor de inteligência do NMD, em uma entrevista coletiva.
O destacamento naval ocorreu poucos dias depois de o presidente de Taiwan, o soberanista William Lai, concluir uma viagem pelo Pacífico Sul com visitas aos três aliados de Taiwan na região - as Ilhas Marshall, Tuvalu e Palau - e escalas no Havaí e Guam, que são parte dos Estados Unidos, o que irritou a China.
Após a posse de Lai, em 20 de maio, Pequim aumentou suas atividades militares em torno de Taiwan para mostrar rejeição ao líder taiwanês: mais de 3.400 aeronaves do exército chinês sobrevoaram a ilha desde então, das quais 2.366 cruzaram a linha divisória do Estreito ou violaram a ADIZ de Taiwan, 38% a mais do que em todo o ano de 2023, de acordo com dados do MDN.