Arévalo de León tomou posse nesta segunda (15) como presidente da Guatemala para o período 2024-2028| Foto: EFE/ David Toro
Ouça este conteúdo

O novo presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo de León, finalmente tomou posse na madrugada desta segunda-feira (15) após um intenso dia cheio de incidentes e vários meses de incertezas, durante os quais o Ministério Público tentou evitar a todo custo sua chegada ao poder.

CARREGANDO :)

A posse estava marcada para a tarde de domingo (14), mas foi adiada em mais de 10 horas e vários chefes de Estado, incluindo o rei de Espanha, Felipe VI, deixaram o país sem testemunhar a cerimônia.

Felipe VI deixou a Guatemala na noite de domingo, conforme previsto inicialmente, assim como o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, que havia chegado algumas horas antes para acompanhar a delegação de seu país.

Publicidade

O mesmo aconteceu com o presidente do Chile, Gabriel Boric, que deixou o país centro-americano à tarde por ter compromissos em seu país na manhã desta segunda, segundo explicou em seus canais oficiais.

Arévalo de León, um acadêmico de 65 anos que simboliza a luta contra a corrupção, foi empossado como chefe de Estado no final de um dia em que a transferência de poder esteve em risco pelo fato do Congresso em fim de legislatura ter atrasado excessivamente alguns procedimentos legais rotineiros.

Deputados da oposição acusaram as instituições de atrasarem a investidura com intenção um “golpe de Estado”, afirmação feita anteriormente pelo próprio presidente eleito, no dia 1º de setembro, quando acusou a procuradora-chefe do Ministério Público, Consuelo Porras, de querer evitar sua posse.

Arévalo de León venceu as eleições presidenciais de 2023 com o partido Movimento Semente, nascido das manifestações anticorrupção ocorridas na Guatemala em 2015.

O presidente em fim de mandato, Alejandro Giammattei, não compareceu pessoalmente ao Teatro Nacional para a cerimônia de transferência de poder e enviou os símbolos institucionais por meio de sua secretária.

Publicidade

Por outro lado, seu vice-presidente, Guillermo Castillo, de quem está afastado desde 2020, esteve presente na cerimônia e entregou o cargo à bióloga química Karin Herrera. Giammattei enviou sua secretária pessoal para entregar a faixa presidencial ao Congresso, segundo confirmaram diversas fontes, e confirmou que não estaria na posse do novo presidente.

“Dado o risco de chegar à meia-noite sem iniciar os atos protocolares, neste momento fiz a entrega dos símbolos da Presidência ao Congresso da Guatemala”, afirmou o agora ex-presidente em seus canais oficiais de comunicação.

A lei guatemalteca determina que o então presidente deveria deixar o cargo neste domingo (14), após assumir funções há quatro anos, em 14 de janeiro de 2020, no início de seu mandato.

Giammattei fez a entrega do seu relatório final de governo na sexta-feira passada, apesar de, desde que a democracia foi estabelecida em 1986, todos os presidentes terem comparecido ao Congresso em 14 de janeiro para serem substituídos.

Samuel Pérez Álvarez, deputado do partido de Arévalo de León, também foi eleito neste domingo presidente do Congresso da Guatemala para o período 2024-2025, depois de chegar a acordos com diferentes partidos e somar os 90 votos necessários.

Publicidade

Pérez Álvarez, de 31 anos, tornou-se o mais jovem presidente do Legislativo da história do país centro-americano desde a instauração da democracia e foi o responsável pela investidura ao cargo de Arévalo de León.

O triunfo de Pérez Álvarez na votação para a presidência do Congresso foi surpreendente, uma vez que o Movimento Semente conta apenas com 23 deputados dos 160 que compõem o Legislativo.

A chapa perdedora, com 75 votos, foi a da deputada Sandra Jovel, do partido Valor, da ex-candidata presidencial Zury Ríos, e aliada do grupo político Vamos, de Giammattei.

Segundo fontes consultadas pela Agência EFE, uma vitória de Jovel, ex-chanceler durante o governo de Jimmy Morales (2016-2020), teria colocado em risco a posse de Arévalo de León, que foi finalmente efetivada sob pressão da comunidade internacional e de centenas de manifestantes nas ruas. (Com Agência EFE)

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
Publicidade