Voluntários transportando mercadorias caminham na cidade de Moulay Brahim, atingida pelo terremoto no Marrocos| Foto: EFE/EPA/TIAGO PETINGA
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O Marrocos ainda enfrenta uma situação crítica após o terremoto devastador ocorrido na última sexta-feira (8). O abalo sísmico já vitimou pelo menos 2,8 mil pessoas e já é considerado pelas autoridades locais como o desastre natural mais mortal do país em 60 anos.

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Enquanto equipes de resgate lutam incansavelmente para encontrar sobreviventes sob os escombros, a pressão internacional para que o Marrocos aceite mais ajuda humanitária está aumentando.

Até o momento, o país aceitou ajuda vinda de apenas quatro nações: Espanha, Reino Unido, Catar e Emirados Árabes Unidos.

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Vários outros países, como os Estados Unidos, Tunísia, Turquia, Taiwan e a antiga colonizadora do Marrocos, a França, manifestaram a intenção de fornecer assistência ao país afetado pelo terremoto. A Argélia, que historicamente manteve relações complicadas com Marrocos, também ofereceu ajuda, incluindo equipes de resgate especializado, pessoal médico, cães farejadores, camas, tendas e cobertores.

No entanto, o governo marroquino tem hesitado em aceitar ajuda de múltiplas fontes, sob a justificativa de que está preocupado com a possibilidade de que ocorra uma situação caótica decorrente da chegada de diversas delegações de ajuda internacional ao país.

Apesar de negar que questões diplomáticas estejam interferindo na decisão sobre ajuda humanitária, nos últimos anos o Marrocos tem mantido relações diplomáticas tensas tanto com França quanto com a Argélia. Os problemas com os franceses incluem o não reconhecimento por parte de Paris do Saara Ocidental como território marroquino.

Já com os argelinos, a tensão tem raízes em disputas históricas, incluindo a acusação por parte da Argélia de que o spyware Pegasus teria sido usado pelos marroquinos para espionar altos funcionários de seu governo.

Além disso, as nações também discordam sobre o território disputado do Saara Ocidental, já que a Argélia apoia a autodeterminação do povo Saarauí, que habita o local e reivindica o território.

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A ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, negou que a recusa de Marrocos em aceitar assistência francesa nesse momento esteja relacionada às tensões diplomáticas entre os dois países. Ela enfatizou que a decisão de aceitar ajuda estrangeira cabe ao governo marroquino, que deve “determinar o momento e o escopo dessa ajuda”.

Já Argélia parece ter aliviado as tensões com o vizinho, com a oferta de ajuda e com o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país qualificando o terremoto no Marrocos como uma "grande dor e tristeza".

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]