Militares pró-Rússia em Donetsk| Foto: REUTERS/Yannis Behrakis

Os rebeldes da autoproclamada república popular de Donetsk estão dispostos a dialogar com as novas autoridades da Ucrânia com mediação, entre outros, da Rússia, anunciou nesta segunda-feira o líder dos insurgentes, Denis Pushilin.

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"Estamos prontos para o diálogo, mas apenas com a participação de mediadores e com a imprescindível presença da Rússia", disse o líder dos rebeldes à agência russa "Interfax".

Pushilin afirmou que por enquanto não vê possibilidades para a volta da região à Ucrânia, e argumentou que a maioria dos cidadãos das regiões de Donetsk e Lugansk se pronunciaram a favor da independência em referendos realizados em 11 de maio.

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"O povo fez sua escolha. Temos centenas de mortos, cerca de 200 pessoas foram sequestradas pelas forças ucranianas. Hoje em dia, a Ucrânia é um agressor contra quem estamos em guerra. Que diálogo pode haver sobre uma volta?", questionou Pushilin.

Já o primeiro-ministro da autoproclamada república popular de Lugansk, Vasyl Nikitin, disse aos jornalistas que a região não tem nada a ver com as eleições presidenciais ucranianas realizadas neste domingo.

"Não há dúvida de que as eleições presidenciais de outro país não nos afetam de nenhuma maneira. Não temos nada que reconhecer", afirmou Nikitin.

O vencedor das eleições presidenciais da Ucrânia, o milionário Petro Poroshenko, deixou claro hoje que apoia a continuação da operação militar que está sendo realizada no sudeste do país, de maioria russófona.

O magnata, no entanto, também afirmou que pretende se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para buscar uma solução para a crise no leste da Ucrânia.

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Poroshenko foi taxativo em afirmar que "não haverá negociações com os terroristas". Em referência aos milicianos pró-Rússia que combatem as tropas governamentais nas regiões de Donetsk e Lugansk, afirmou que "aqueles que se negam a baixar as armas não se beneficiarão da anistia".

"Os milicianos não têm interesse em falar com ninguém. Da mesma forma que os milicianos somalis, querem se manter na ilegalidade. É inadmissível. Os terroristas não representam ninguém, querem atemorizar todo o mundo, pois é sua única forma de sobreviver", criticou.

Após a apuração de quase 60% dos votos, Poroshenko tinha 53,74%, segundo os dados oficiais da Comissão Eleitoral Central da Ucrânia.