Centenas de condutores do metrô de Londres podem se recusar a trabalhar, caso ocorram novos ataques na rede, alertou o principal sindicato britânico de ferroviários nesta sexta-feira.
- As pessoas estão tendo de trabalhar em circunstâncias muito difíceis, nas quais não sabem o que vai acontecer lá embaixo - disse um porta-voz do Sindicato Ferroviário, Marítimo e de Transportes.
- Estamos deixando bem claro que nossos membros que se recusarem a trabalhar por razões de segurança têm o direito legal de fazê-lo e têm o total apoio do sindicato - disse.
Ele afirmou que alguns metroviários já se recusaram a trabalhar na quinta-feira. O porta-voz não disse quantos podem aderir à paralisação, mas outro funcionário do sindicato disse TV Sky News que centenas deles alertaram que vao deixar as cabines do metrô, se houver outra explosão.
O sindicato, que representa mais da metade dos metroviários, também exigiu a colocação de guardas nos trens do metrô e a suspensão dos planos para reduzir o número de funcionários nas estações.
Pouco antes desses comentários, a polícia matou a tiros um homem em uma estação do metrô na zona sul de Londres. Os agentes estavam à procura de suspeitos pelas explosões de quinta-feira.
Representantes do sindicato se reuniram na sexta-feira em Londres com o prefeito Ken Livingstone. O secretário geral da entidade, Bob Crow, disse que vai defender uma segurança mais rígida no "Tube", como é conhecido o metrô da cidade.
- Quando os ataques de ontem (quinta-feira) aconteceram, esper vamos que a rede fosse fechada e só reabrisse quando fosse considerada segura, como há duas semanas, mas nossos membros foram colocados sob enorme pressão para continuar normalmente, quando ainda estava longe de ficar claro o que havia acontecido - disse Crow em nota.
O sindicato tem 9.500 membros trabalhando no metrô de Londres. Milhares deles abandonaram seus empregos no ano passado, num protesto por melhores salários e jornadas de trabalho, o que paralisou o transporte por 24 horas.
O sindicato que representa os motoristas de ônibus da cidade disse que nenhum de seus integrantes está ameaçando parar de trabalhar, mas que a entidade pretende cobrar mais segurança da polícia.
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