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Eleições Nicarágua
Cartaz de campanha eleitoral nicaraguense em Manágua.| Foto: EFE/ Jorge Torres

A Nicarágua realiza neste domingo suas "eleições" municipais em uma votação sem qualquer expectativa de surpresa, visto que a ditadura de Daniel Ortega proíbe a participação de partidos de oposição e manda à prisão dissidentes, condenados por crimes de "traição à pátria".

A redução em 755 mil eleitores habilitados em um ano e as dúvidas das identidades de pessoas que aparecem inscritas como candidatas - incluindo presos, mortos e exilados - chamam a atenção na encenação eleitoral em que o governo do sandinista Ortega garante que será fortalecida a "democracia popular".

Ao todo, 3.722.884 de nicaraguenses com mais de 16 anos, de uma população de 6,6 milhões de pessoas, estão aptos a votar neste domingo, a partir de 7h locais (10 horas de Brasília), para eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores de 153 cidades, segundo dados do Conselho Supremo Eleitoral. A baixa de 755.450 eleitores não foi justificada pelos órgãos oficiais locais.

Em 7 de novembro do ano passado, foram "reeleitos" Ortega e a mulher, Rosario Murillo, como presidente e vice-presidente, em pleito que os principais adversários estavam na prisão. Na ocasião, 4.478.334 pessoas estavam habilitadas ao voto.

O partido de extrema-esquerda Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), atualmente, governa 141 das 153 cidades nicaraguenses e é favorito para vencer em 100% dos municípios dessa vez, incluindo a capital Manágua, com Reyna Rueda.

A vitória esmagadora prevista será facilitada pela colocação na ilegalidade de três partidos de oposição, no ano passado, e a prisão de seus principais dirigentes, que foram condenados a penas de oito a 13 anos de prisão, por "traição à pátria".

Ao todo, 117 prefeitos sandinistas buscam a reeleição, incluindo Rueda, em Manágua, que tem quase 2 milhões de habitantes. A vitória na cidade é a segunda maior possível na vida política nicaraguense, depois da presidência do país.

Além dos sandinistas, participam pleito municipal outros cinco partidos, que são considerados como "colaboradores do regime de Ortega pela oposição": o Partido Liberal Constitucionalista (PLC), a Aliança pela República (APRE), o Partido Liberal Independente (Alianza PLI) e o movimento indígena Yapti Tasba Masraka Nanih Asla Takanka (YATAMA)

Devido ao conluio, críticos à ditadura nicaraguense estão fazendo campanha para a população permanecer em casa e não ir votar neste domingo, como forma de protesto. "A Nicarágua se consolidará como um Estado mais totalitário depois de 6 de novembro", indicou um relatório conjunto de um grupo de meios de comunicação de oposição ao governo, em referência ao pleito.

Para os Estados Unidos, o pleito municipal será "outra farsa", já que será negado aos nicaraguenses o direito de escolher livre e justamente suas autoridades municipais, devido a prisão de oposicionistas.

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