Obama (esq.) e Putin, durante encontro na Irlanda do Norte| Foto: Kevin Lamarque/Reuters

61% da população dos Estados Unidos rejeita o amplo programa de vigilância governamental de chamadas e e-mails recém revelado, segundo pesquisa encomendada pela rede de TV CNN. A cifra dos que questionam Barack Obama supera os 52% que em 2006 disseram não aprovar a maneira como George W. Bush lidava com o mesmo tema, na esteira do combate ao terrorismo.

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Desgastado pelo escândalo de espionagem em telefones e na internet, Obama chega a Berlim com uma má notícia doméstica: uma pesquisa divulgada pela rede de TV CNN mostrou ontem que a popularidade do presidente caiu oito pontos percentuais neste mês em comparação com maio, recuando a 45%.

É o menor índice de aprovação de seu governo desde setembro de 2011.

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Obama será alvo de protestos na cidade que o recebeu como herói em sua última aparição, durante a campanha vitoriosa de 2008.

Ontem, cerca de 300 manifestantes saíram às ruas para empunhar cartões vermelhos e gritar palavras de ordem contra o presidente diante do portão da embaixada americana.

Eles criticaram a ameaça à privacidade de cidadãos comuns, a manutenção da base de Guantánamo e do bloqueio a Cuba e o uso de drones, as aeronaves não tripuladas empregadas em operações antiterrorismo.

O ato traduz a transformação do humor local em relação a Obama, que juntou 200 mil pessoas para um discurso a céu aberto há cinco anos.

Amanhã ele falará para apenas 4 mil convidados no Portão de Brandemburgo, um dos símbolos de Berlim. Estará protegido por forte esquema de segurança. Todas as ruas, no raio de um quilômetro, serão fechadas. Ativistas sugerem que o isolamento, na verdade, visa a blindá-lo de protestos.

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Guerra civil

Em reunião tensa, Putin e Obama discordam sobre conflito na Síria

Folhapress

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, divergiu de seu colega russo, Vladimir Putin, a respeito de como acabar com a guerra da Síria, em um gélido encontro ontem durante a cúpula do G8 na Irlanda do Norte.

Os dois presidentes admitiram ter posições conflitantes sobre a guerra civil na Síria, mas concordaram que é preciso promover o diálogo e conter a violência. Ambos pareciam tensos e desconfortáveis ao falarem com jornalistas após cerca de duas horas de reunião. Putin olhava para o chão enquanto falava e Obama em poucos momentos dirigiu o olhar ao colega.

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"As nossas posições não coincidem totalmente, mas estamos unidos por uma vontade comum de acabar com a violência, conter o número crescente de vítimas na Síria, resolver os problemas por meios pacíficos, incluindo as conversações de Genebra", disse Putin.

Obama tentou amenizar o clima no fim da reunião, falando sorridente sobre judô, mas Putin, que é faixa-preta no esporte, respondeu que o norte-americano estava apenas tentando descontraí-lo. Esse foi o primeiro encontro entre os dois governantes em um ano.

Obama disse que "a respeito da Síria, temos perspectivas diferentes sobre o problema, mas partilhamos de um interesse em reduzir a violência, proteger as armas químicas e assegurar que elas não sejam usadas nem sejam alvo de proliferação".

A guerra civil síria domina a pauta da cúpula do G8 (grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia) na Irlanda do Norte, região que já foi assolada por décadas de conflito sectário, mas que a Grã-Bretanha busca hoje exibir como modelo de reconciliação.