EUA
Governo Obama vai revisar 300 mil casos de deportação
A administração do presidente Barack Obama anunciou que irá começar o seu sistema de revisão dos aproximadamente 300 mil casos de deportação de imigrantes, separando os casos de "alta prioridade" que envolvem criminosos que o governo deseja deportar, dos casos de "baixa prioridade". Esses últimos deverão ser liberados. A informação foi dada ao Congresso pela Chefe do Homeland Security Janet Napolitano.
Napolitano disse que um grupo de oficiais do Departamento de Justiça e do Departamento de Segurança Interna irão começar um projeto piloto para revisar os casos imigratórios em "duas ou três" semanas e que espera aumentar os esforços rapidamente.
De acordo com a política anunciada no ano passado, funcionários da Imigração irão dar prioridade à deportação de imigrantes que representam perigo para a sociedade e a segurança nacional enquanto "fecham administrativamente" outros casos.
Autoridades dizem que a nova política, que concede aos agentes da Imigração autoridade para parar uma deportação e conceder autorização de trabalho, é um senso comum na aplicação da lei imigratória.
As manifestações nos países muçulmanos, atribuídas à Primavera Árabe, estimularam o aumento da imigração ilegal para a Europa em 80%, segundo a Agência de Gestão e Coordenação dos Estados da União Europeia para a Segurança de Fronteiras (Frontex).
O principal destino, no primeiro semestre deste ano, foi a ilha de Lampedusa, no mar Mediterrâneo, no extremo sul da Itália.
O diretor executivo da Frontex, Gil Árias Fernandes, disse que as autoridades europeias também registraram aumento de ilegais oriundos do Norte de África, nas fronteiras da Grécia e de Malta. Os que mais procuraram abrigo na Europa foram os cidadãos da Tunísia, do Afeganistão, da Nigéria e do Paquistão.
Somente nos primeiros meses de 2011, 50 mil imigrantes ilegais desembarcaram na ilha de Lampedusa, número considerado recorde para a Frontex. A agência informou que o movimento dos imigrantes é irregular e influenciado pelo agravamento dos protestos e da violência nos países muçulmanos.
Árias Fernandes afirmou ainda que existem de 2 milhões a 3,8 milhões de pessoas em situação irregular na Europa. Segundo ele, mais da metade são cidadãos estrangeiros que entraram regularmente no espaço europeu, mas cujos vistos de permanência já expiraram.
No começo deste ano, as autoridades italianas intensificaram o controle em relação ao ingresso de estrangeiros no país.
A medida foi tomada para evitar a entrada de imigrantes ilegais, principalmente os oriundos dos países árabes, tentando escapar dos conflitos. A decisão foi criticada por parte da comunidade internacional, mas mantida.
Perda na economia
Se na Europa a "Primavera Árabe" provocou um aumento do número de imigrantes, nos países árabes as revoltas frearam a atividade econômica e impulsionaram o crescimento dos países petroleiros do Golfo que não foram afetados pelas manifestações. A constatação é do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na Tunísia, onde se iniciou a "primavera" de mobilizações populares, o Produto Interno Bruto (PIB) permanecerá estável este ano, após ter crescido 3,1% em 2010, segundo dados do FMI. O Egito, o país árabe com maior população onde a mobilização popular de janeiro e fevereiro culminou com a renúncia de Hosni Mubarak à presidência, o PIB aumentará 1,2% em 2011, após ter crescido 5,1% em 2010. Na Líbia, onde o conflito armado que culminou com a morte de Muamar Kadhafi durou oito meses, "o PIB real provavelmente se reduzirá em mais de 50%".
A Líbia exportava 1,65 milhão de barris de petróleo por dia e deve demorar mais de um ano para restabelecer este patamar.
O FMI também prevê que o PIB sírio se reduzirá em 2%, após anos de forte crescimento. No Iêmen, palco de revoltas desde janeiro, o FMI prevê que o PIB se reduzirá em 2,5% em 2011, após ter crescido 8% em 2010. "Houve significativa redução do número de turistas em Egito, Jordânia, Líbia, Síria e Tunísia nos cinco primeiros meses do ano", diz o FMI.
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