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Crise demográfica

Com taxa de natalidade em queda, hospitais da China param de oferecer serviços obstétricos

Líder supremo da China, Xi Jinping: país enfrenta declínio demográfico nos últimos anos, o que afeta diretamente a economia do gigante asiático (Foto: EFE/Andre Coelho)

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Em janeiro, a China divulgou dados que revelaram uma queda da taxa de natalidade pelo segundo ano consecutivo. No final de 2023, a população chinesa chegou a 1,4 bilhão, o equivalente a dois milhões a menos em relação ao ano anterior e o índice de bebês que nascem no país é de 6,39 por mil pessoas.

Como resultado dessa realidade, muitos hospitais têm encerrado as atividades relacionadas ao setor de obstetrícia, visto que não há bebês nascendo e o serviço se mostra cada vez mais desnecessário.

De acordo com informações verificadas pela agência Reuters, hospitais em várias províncias, como no leste de Zhejiang e no sul de Jiangxi, anunciaram nos últimos dois meses o fechamento de seus departamentos obstétricos devido à falta de demanda. Recentemente, uma importante instituição de saúde da cidade de Ganzhou, em Jiangxi, disse em suas redes sociais que os serviços de parto seriam suspensos a partir deste mês.

Segundo a mídia estatal Daily Economic News, o declínio no número de recém-nascidos tornou impossível a manutenção dos departamentos de obstetrícia.

A crise demográfica virou uma dor de cabeça para o regime chinês, liderado por Xi Jinping, que observou o crescimento do país despencar devido à atual situação. Esses números influenciam diretamente na economia do gigante asiático, exercendo forte pressão sobre a nação onde o número de jovens aparece em constnate declínio e o de idosos cresce. A parcela dos cidadãos com 60 anos ou mais atingiu 296,97 milhões, representando cerca de 21,1% da população total.

A redução do número de nascimentos na China teve como um dos principais fatores a política do filho único, que esteve em vigor de 1980 a 2015. Mesmo depois da política ser encerrada, as taxas de natalidade continuaram a cair ano após ano.

Outra variável que influenciou nessa queda percentual foi a rápida urbanização que ocorreu no país nas últimas décadas, resultando na mudança de grandes populações de áreas rurais para as cidades, o que gerou um maior custo de vida e criou um desinteresse dos mais jovens por aumentarem a família.

As autoridades tentaram emplacar incentivos para elevar a taxa de natalidade como, por exemplo, por meio da expansão da licença de maternidade, benefícios financeiros e fiscais para ter filhos e subsídios de habitação, contudo a população jovem tem rejeitado a proposta de casar e formar uma família.

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