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O governo do Paraguai aumentou nesta sexta-feira (17) o número de policiais estacionados em áreas rurais do país, diante da crescente tensão entre produtores rurais e agricultores que reclamam terras, informou o Ministério do Interior.

Grupos de agricultores sem terra iniciaram, meses atrás, uma série de mobilizações protestando contra a agricultura mecanizada e ameaçando ocupar dezenas de fazendas em diversos pontos do país, que tem mais de 40% da população morando na zona rural.

O ministro paraguaio do Interior, Rafael Filizzola, explicou que cerca de cem membros do Agrupamento Especializado intensificaram o esquema de segurança implantado no Departamento de San Pedro (região central do país), onde a tensão entre os fazendeiros e os agricultores cresceu nas últimas semanas.

"Vamos reforçar a presença da polícia e do Estado em uma zona que hoje registra a ocorrência de delitos, muitos dos quais complicados", afirmou Filizzola a jornalistas.

Agricultores de San Pedro avisaram que darão início, na próxima semana, à ocupação de todas as fazendas pertencentes a brasileiros na região se os mesmos não abandonarem essas terras.

O novo governo do Paraguai, liderado pelo ex-bispo católico Fernando Lugo, anunciou que adotará uma reforma agrária integral (algo exigido pelos agricultores) respeitando a propriedade privada e os investimentos estrangeiros no país.

Sem ingerência

Diante do crescente clima de tensão no campo, um grupo de moradores brasileiros do Paraguai requisitou, dias atrás, que autoridades do Estado do Paraná intercedam junto ao governo paraguaio para garantir a proteção de suas fazendas.

O Paraguai reafirmou na quarta-feira que garantirá o respeito aos direitos dos cidadãos brasileiros residentes ali e conclamou-os a recorrer à polícia e à Procuradoria Geral no caso de se verem ameaçados.

Filizzola, porém, avisou que não admitirá "pressões nem ingerências de instâncias estranhas ao país" e que o governo paraguaio não precisa de qualquer tipo de mediação para implantar sua política de segurança.

Mais de 100 mil brasileiros e descendentes de brasileiros dedicam-se à agropecuária no Paraguai, principalmente nas regiões próximas à fronteira.

Nesta semana, o Exército do Brasil deu início a exercícios na fronteira com o país vizinho, algo descrito por meios de comunicação paraguaios como uma demonstração de força ante as ameaças sofridas pelos produtores brasileiros.

O Ministério das Relações Exteriores do Paraguai disse não ver com preocupação tais manobras, apesar de ter enviado ao governo do Brasil uma nota manifestando seu desconforto com o fato de os exercícios terem sido comunicados com um pequeno prazo de antecedência.

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