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Disputa territorial

Com tiros disparados na fronteira, China e Índia voltam a trocar acusações

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Soldados indianos prestam homenagem durante o funeral do soldado das forças especiais indianas de origem tibetana Nyima Tenzin, morto em explosão de uma mina terrestre durante patrulha no lago Pangong em 29 de agosto (Foto: Mohd Arhaan ARCHER/AFP)

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Índia e China trocaram acusações sobre quem violou o acordo bilateral de 1996 que coíbe o uso de armas de fogo na fronteira entre os dois gigantes asiáticos, depois que tiros foram disparados na região do Himalaia por onde passa a Linha de Controle Real (LAC, na sigla em inglês). O incidente, segundo a imprensa indiana, foi o primeiro com arma de fogo na fronteira desde 1975, quando quatro soldados indianos morreram.

Na versão das autoridades chinesas, tropas indianas cruzaram a fronteira em um ponto estratégico nas proximidades do lago Pangong Tso na segunda-feira (7). Neste cenário, os militares chineses foram "forçados" a dar uma resposta emergencial "para estabilizar a situação no local", demandando que a Índia parasse imediatamente suas "ações perigosas" e retirasse suas tropas. Um porta-voz do exército chinês disse ainda que os indianos dispararam um certo número de tiros quando os chineses chegaram ao local.

"A ação do lado indiano violou gravemente o acordo bilateral e agravou a tensão na região. É uma provocação militar séria", disse o porta-voz Zhang Shuili na terça-feira.

Já na versão das autoridades indianas, foram os chineses que abriram fogo ao tentar se aproximar "de uma de nossas posições avançadas ao longo da LAC". De acordo com o ministério da Defesa da Índia, os soldados chineses deram alguns tiros para intimidar as tropas indianas.

"Apesar da grave provocação, nossas tropas exerceram grande moderação e se comportaram de maneira madura e responsável", disse o ministério indiano em declaração, acrescentando que o exército do país está comprometido com a paz, mas determinado a proteger a integridade nacional "a todo custo".

No fim de agosto, o exército da Índia alegou que impediu uma tentativa das forças armadas da China de ocupar um ponto de disputa no Lago Pangong Tso, na parte ocidental do Himalaia. Fontes militares indianas disseram que suas tropas notaram uma "movimentação provocativa" do exército rival na área e se mobilizaram para impedir uma invasão. Também afirmaram que a situação não evoluiu para um conflito físico. A China rejeitou as alegações.

Em junho, em outro ponto da fronteira, militares das duas nações entraram em conflito violento usando armas improvisadas, como pedras e barras de ferro com pregos. Vinte soldados indianos morreram e o número de baixas chinesas é desconhecido até hoje.

Com intermediação da Rússia, os ministros de Defesa dos dois países estão tentando chegar a um acordo. Contudo, as tensões ao longo da LAC não parecem ter diminuído.

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