A embaixadora dos EUA para a ONU, Suzan Rice, vota a favor de punição ao Irã: vitória norte-americana| Foto: Brendan McDermid/Reuters
Entenda as sanções aplicadas ao Irã
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Com apenas dois votos contrários – um deles do Brasil – e uma abstenção, o Conselho de Segu­­rança da ONU aprovou ontem a quarta rodada de sanções contra o Irã desde 2006 por causa do seu programa nuclear.

Apesar de elogiarem os esforços de Brasil e Turquia na busca por uma solução negociada com os iranianos, 12 países do conselho votaram a favor da resolução, elaborada por iniciativa dos EUA.

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O Líbano, cujo governo tem participação do Hizbollah, grupo xiita alinhado a Teerã, decidiu se abster. "Essa resolução coloca em vi­­gor as sanções mais duras que o governo iraniano já enfrentou’’, disse o presidente dos EUA, Ba­­rack Obama.

As novas medidas restringem o acesso do Irã a diversos tipos de armamentos e pedem que os países membros da ONU inspecionem cargas e navios e bloqueiem transações financeiras consideradas suspeitas.

Para Obama, apesar da "dureza’’, a resolução não "fecha a porta para a diplomacia’’. "O Irã continua a ter a oportunidade de es­­colher um caminho diferente.’’

Esforços

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, voltou a elogiar os esforços diplomáticos de Brasil e Turquia, apesar de "não terem sido bem-sucedidos’’. Hillary confirmou que os EUA esperam que os dois países continuem a cumprir "um papel im­­portante’’ nas negociações com o Irã.

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Em 17 de maio, Brasil e Tur­­quia conseguiram fazer o Irã assinar um acordo no qual se compromete a enviar 1.200 quilos de seu urâ­­nio pouco enriquecido ao exterior e receber, cerca de um ano de­­pois, 120 quilos do combustível enriquecido a nível adequado pa­­ra fins médicos, mas não militares.

O acordo foi apresentado à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), que fizera proposta semelhante em outubro. A agência e as potências do Conse­­lho de Segurança da ONU, porém, consideram que hoje o acordo já não é mais suficiente para garantir que o Irã não venha a produzir a bomba dentro de pouco tempo.

Irã

"Pela direita e pela esquerda nos aplicam sanções, mas para nós são como moscas irritantes. Te­­mos paciência, aguentamos muitas coisas e resistiremos outra vez", disse o presidente do Irã, Mah­­moud Ahma­­dine­­jad. "Essa resolução não vale um centavo. É co­­mo um papel para limpar a boca que jogamos no lixo."