Com apenas dois votos contrários um deles do Brasil e uma abstenção, o Conselho de Segurança da ONU aprovou ontem a quarta rodada de sanções contra o Irã desde 2006 por causa do seu programa nuclear.
Apesar de elogiarem os esforços de Brasil e Turquia na busca por uma solução negociada com os iranianos, 12 países do conselho votaram a favor da resolução, elaborada por iniciativa dos EUA.
O Líbano, cujo governo tem participação do Hizbollah, grupo xiita alinhado a Teerã, decidiu se abster. "Essa resolução coloca em vigor as sanções mais duras que o governo iraniano já enfrentou, disse o presidente dos EUA, Barack Obama.
As novas medidas restringem o acesso do Irã a diversos tipos de armamentos e pedem que os países membros da ONU inspecionem cargas e navios e bloqueiem transações financeiras consideradas suspeitas.
Para Obama, apesar da "dureza, a resolução não "fecha a porta para a diplomacia. "O Irã continua a ter a oportunidade de escolher um caminho diferente.
Esforços
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, voltou a elogiar os esforços diplomáticos de Brasil e Turquia, apesar de "não terem sido bem-sucedidos. Hillary confirmou que os EUA esperam que os dois países continuem a cumprir "um papel importante nas negociações com o Irã.
Em 17 de maio, Brasil e Turquia conseguiram fazer o Irã assinar um acordo no qual se compromete a enviar 1.200 quilos de seu urânio pouco enriquecido ao exterior e receber, cerca de um ano depois, 120 quilos do combustível enriquecido a nível adequado para fins médicos, mas não militares.
O acordo foi apresentado à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), que fizera proposta semelhante em outubro. A agência e as potências do Conselho de Segurança da ONU, porém, consideram que hoje o acordo já não é mais suficiente para garantir que o Irã não venha a produzir a bomba dentro de pouco tempo.
Irã
"Pela direita e pela esquerda nos aplicam sanções, mas para nós são como moscas irritantes. Temos paciência, aguentamos muitas coisas e resistiremos outra vez", disse o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. "Essa resolução não vale um centavo. É como um papel para limpar a boca que jogamos no lixo."