A cúpula do G20 teve início neste sábado (15) em Brisbane, na Austrália. O primeiro-ministro do país anfitrião, Tony Abbott, emitiu um comunicado em que destaca a importância da construção de um consenso entre os países participantes da reunião. "Todos estamos lutando para equilibrar a tensão inerente entre política e políticas. Necessitamos ter uma visão clara sobre para onde queremos ir e construir um consenso", declarou Abbott.
"Necessitamos criar condições para que seja mais fácil fazer negócios. A coordenação dos membros do G20 é um tema crítico porque nossas economias estão interligadas", completou. Apesar do enfoque econômico, os líderes se comprometeram a realizar ações para combater o ebola, que já matou mais de 5.000 pessoas, mas não deixaram claro como farão isso.
A declaração conjunta divulgada neste sábado diz que todos os países-membros "se comprometem a fazer o que for necessário para garantir um esforço internacional que possa extinguir o surto e lidar com os custos econômicos e humanitários." "Onde estão as ações concretas para controlar a epidemia que cada membro do G20 se compromete a fazer?", disse Friederike Röder, porta-voz da ONE, organização que promove campanhas contra a pobreza na África. Serra Leoa, Guiné e Libéria, os países mais afetados pelo Ebola, receberão US$ 300 milhões do FMI (Fundo Monetário Internacional), por meio de empréstimos, perdão de dívidas e doações. O FMI estima que a doença deverá fazer com que haja encolhimento da economia nos três países e que a epidemia seja controlada no segundo semestre de 2015.
Paralelo ao encontro do G20, os líderes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reuniram pela manhã separadamente. A presidente Dilma Rousseff defendeu que os países que integram o grupo reforcem a cooperação para superar as atuais dificuldades econômicas mundiais. Ela destacou que o quadro econômico mundial não melhorou conforme o ritmo previsto durante o último encontro do grupo, em Fortaleza (CE).
"Infelizmente, a situação da economia mundial não avançou muito desde julho. Chegamos ao final de 2014 vendo frustradas nossas expectativas iniciais de recuperação da economia mundial", declarou. "Os países avançados não conseguiram uma recuperação consistente e o comércio internacional não cresce o suficiente para estimular os países emergentes. Pelo contrário. Estamos assistindo a uma queda do preço das commodities que sinaliza o enfraquecimento da economia internacional e vai comprometer a renda e o crescimento de alguns [países] emergentes", completou.
Defendendo a importância dos países avançados recomporem sua demanda interna aos níveis anteriores ao início da atual crise econômica mundial, "em vez de tentarem resolver seus problemas ampliando suas exportações", a presidente destacou a importância da aprovação de criação do Banco de Desenvolvimento do Brics e do Acordo Contingente de Reservas. "Fundamentais para potencializar nossa atuação econômica e financeira", acrescentou.