Na França desde 2007, a chinesa Wenjing Guo realiza um estudo sociológico sobre as razões pelas quais SDFs recusam a ajuda social e por vezes preferem permanecer na rua, e a partir de 2012 passou a trabalhar como funcionária da associação.
A maior quantidade de sem-teto nas ruas na cidade é uma questão complexa para os parisienses.
“É uma presença que incomoda, porque lança uma imagem violenta de um mal da sociedade, e nos remete a nossa impotência. Alguns dizem que deve se encontrar uma solução, e outros só os querem fora de vista, se livrar do problema. O SDF não surge do nada, existe um processo que leva pessoas a uma situação extrema. Muitas delas estão perdendo suas moradias. E também há a questão da imigração. Atendemos cada vez mais estrangeiros sem perspectiva de retorno a seus países. Um sem-teto já é estigmatizado, e ainda mais sendo estrangeiro”, avalia.
Moussa Djimera, originário da Mauritânia, está na França desde 1991, e começou a atuar em trabalhos sociais em 1995. Hoje, coordena duas equipes de contato com sem-teto. Moussa vê as novas ondas de imigração como “um vulcão em erupção”.
“As pessoas fogem para salvar sua pele e também da miséria. Todo este quadro favorece os extremismos na Europa. Mas depois da tempestade vem a bonança. Eu espero pela bonança, mas é um combate diário”, diz, sem perder o otimismo.