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Cáucaso

Combates entre Forças Armadas de Armênia e Azerbaijão deixam 12 mortos

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Imagem divulgada pelo Ministério da Defesa do Azerbaijão supostamente mostra ataque a uma unidade militar da Armênia, na fronteira entre os países (Foto: Reprodução/Ministério da Defesa do Azerbaijão/AFP)

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Sete militares do Azerbaijão, quatro da Armênia e um civil morreram na terça-feira (14), no terceiro dia de combates entre as Forças Armadas dos dois países. O conflito é pelo controle da região de Nagorno-Karabakh, que remonta à década de 90 e teve uma escalada de violência nos últimos dias. A guerra pelo território estratégico no Cáucaso interessa à Rússia e à Turquia.

Outros três soldados do Azerbaijão haviam morrido no domingo, e outro, na segunda-feira, de acordo com o governo azeri. O vice-ministro da Defesa do Azerbaijão, Karim Valiev, disse que os embates violentos ocorreram entre a noite de segunda-feira e ontem, no distrito de Tavuch. Segundo ele, um major-general e um coronel estavam entre as baixas militares.

Origem do conflito

O conflito com a Armênia é motivado pelo controle de Nagorno-Karabakh, uma região majoritariamente armênia, mas que dependia do Azerbaijão nos tempos da União Soviética. A região proclamou unilateralmente sua independência em 1991, com o apoio dos armênios, o que deflagrou uma guerra entre os dois países que deixou 30 mil mortos até um cessar-fogo, em 1994.

O frágil acordo que encerrou o confronto armado, porém, não acabou com as hostilidades. Em 2016, as tensões se elevaram e uma guerra aberta entre os países quase eclodiu. Agora, a escalada de violência ocorre pouco depois de o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, ameaçar abandonar as conversas de paz sobre Nagorno- Karabakh e passar a considerar que o seu país tem o direito de buscar uma "solução militar" para o impasse.

Troca de acusações

Arquivo: Soldado armênio da autoproclamada república de Nagorno-Karabagh caminha em uma trincheira na linha de frente da fronteira com o Azerbaijão, perto da cidade de Martakert | Foto: KAREN MINASYAN / AFP (Foto: AFP)

Até agora, no entanto, nenhum dos lados assumiu a responsabilidade pela volta dos confrontos. O Ministério da Defesa do Azerbaijão acusou a Armênia de ter utilizado armas de artilharia, morteiros e metralhadores de grosso calibre contra militares do país. O ministério também informou que "adotou medidas punitivas" contra as forças armênias e "destruiu equipamentos militares do inimigo".

Já a Armênia acusa o país vizinho de atacar seu território usando armas de artilharia, tanques de guerra e veículos aéreos não tripulados. O Ministério da Defesa armênio também disse que o Azerbaijão atacou prédios civis na cidade de Berd, perto da fronteira.

Os gastos militares do Azerbaijão, uma potência na produção de petróleo, são muito superiores aos da Armênia. No entanto, o governo armênio faz parte de uma aliança arquitetada por Moscou, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva, que envolve países aliados da Rússia.

Reação internacional

A comunidade internacional se mobilizou em razão da escalada de violência na região. Nos últimos dias, Rússia, EUA e União Europeia fizeram pedidos de cessar-fogo, para evitar que o conflito se agrave. Enquanto isso, a Turquia, inimiga de longa data da Armênia, prestou apoio ao governo do Azerbaijão.

Ontem, a Rússia pediu aos dois países que contenham a violência. "Estamos profundamente preocupados com os combates na fronteira entre a Armênia e o Azerbaijão", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, pedindo "moderação" aos dois lados.

Uma guerra aberta entre as ex-repúblicas soviéticas tem potencial de desestabilizar toda a região do Cáucaso - e talvez envolver o Oriente Médio, já que Rússia e Turquia, embora em lados opostos na região, mantêm um acordo de cooperação na guerra civil da Síria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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