O governo de transição da Somália assegurou nesta quarta-feira que mais de 300 combatentes islâmicos estrangeiros morreram esta semana nos combates iniciados no país, incluindo o ataque aéreo e terrestre da Etiópia no último domingo. A informação foi fornecida pelo ministro da Defesa do governo de transição, Barre Adan Shire. Ele agradeceu o apoio da Etiópia "na luta contra os milicianos islâmicos".

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- Já matamos muitos e queremos fazer um massacre com o restante - afirmou o ministro, acrescentando que "a luta não terminará enquanto restar um só terrorista na Somália".

O alto funcionário se dirigia hoje rumo à cidade portuária de Kismayo - segunda mais importante do país depois da capital, Mogadíscio, que está em poder dos Tribunais Islâmicos e que as tropas oficiais, apoiadas pela Etiópia, esperam recuperar em breve.

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Kismayo e seus arredores estavam sob controle de Shire antes de os milicianos islâmicos ocuparem a cidade, em 24 de setembro.

Tanto Kismayo como "o senhor de guerra" que a dominava, tinham permanecido à margem da luta entre os milicianos islâmicos e o governo de transição, mas quando ele foi desalojado de lá, decidiu fazer parte do gabinete.

O Executivo de transição da Somália assumiu no Quênia em 2004 e se transferiu ao país um ano depois, mas nunca conseguiu ganhar força na Somália. Até a semana passada, só tinha autoridade sobre a área de Baidoa, a 245 quilômetros de Mogadíscio.

No domingo, a Etiópia lançou uma ofensiva por ar e terra que envolveu entre 3 mil e 4 mil soldados do país, segundo o primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi.

Não há dados sobre as baixas registradas até o momento. Embora Zenawi tenha dito ontem que as forças islâmicas tiveram cerca de mil mortos e 3 mil feridos, não forneceu números sobre desfalques em suas fileiras.

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Nas últimas horas, os milicianos islâmicos perderam Jawhar, um povoado localizado a 90 quilômetros de Mogadíscio, onde morreram cerca de 100 pessoas dos dois grupos, segundo fontes islâmicas e do Governo.

Moradores da região disseram que as forças etíopes e do Governo se dirigiam rumo a Mogadíscio, onde os milicianos islâmicos se preparam para o que consideram que será uma longa batalha.

Em declarações à imprensa local, o primeiro-ministro somali, Ali Mohammed Ghedi, disse hoje que não há intenção de bombardear a capital, cujo aeroporto foi alvo de um ataque aéreo na segunda-feira.

- Perseguimos os combatentes estrangeiros que existem na Somália. As Cortes Islâmicas transformaram o país em uma base do terrorismo internacional - afirmou o primeiro-ministro.

Enquanto isso, a União Africana (UA), a Liga Árabe e a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad, em inglês), formada por países da África oriental e diretamente afetada no conflito somali, pediram hoje a retirada, "sem demora", das tropas etíopes que estão na Somália.

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O pedido foi feito ao final de uma reunião de urgência convocada em Adis-Abeba, capital da Etiópia e sede da UA, na qual os participantes também solicitaram "apoio urgente" ao Governo de transição da Somália, assim como "a retirada de todas as tropas e elementos estrangeiros" do país, sem referência a outras nacionalidades.