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conflito

Combates pesados se espalham por maior cidade da Costa do Marfim

Combates ferozes ocorreram na sexta-feira em toda a cidade de Abidjan, a maior da Costa do Marfim, onde as tropas leais ao presidente Laurent Gbagbo enfrentavam ataques das forças que apoiam o oposicionista Alassane Ouattara, que reivindica a Presidência.

Os confrontos mais pesados se concentraram ao redor da sede da televisão estatal. A emissora saiu do ar depois de atacada pelos partidários de Ouattara ao longo da noite de quinta-feira, mas retomou a transmissão de imagens pró-Gbagbo no fim da sexta-feira.

O estrondo de armas pesadas era ouvido constantemente perto da residência de Gbagbo e do palácio presidencial, ambos sob ataque, bem como de duas grandes bases militares. Com isso, a principal cidade marfinense se tornou uma zona de guerra.

"Nós podemos ouvir tiros e ver soldados se deslocando, mas há também civis armadas correndo pelas ruas", disse Camara Arnold, morador do bairro de Cocody, próximo da TV estatal e da casa de Gbagbo.

Dois helicópteros de ataque MI-24, pertencentes à missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), circularam sobre a lagoa na região central de Abidjan, mas não intervieram.

Gbagbo se recusou a entregar o poder depois da eleição de 28 de novembro, na qual foi derrotado por Ouattara, segundo o resultado da apuração, que teve o aval da ONU.

As potências ocidentais e a União Africana também reconheceram a vitória de Ouattara. No entanto, seu governo vem sendo afetado por um grande número de deserções militares.

A União Africana, a França (a ex-metrópole), os Estados Unidos e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediram que ele renunciasse imediatamente.

Mas os partidários de Gbagbo se entrincheiraram em Abidjan e um assessor dele que vive em Paris disse que a sua rendição "está fora de questão."

As forças que apoiam Ouattara foram para Abidjan na quinta-feira, depois de uma rápida arrancada em direção ao sul, que encontrou pouca resistência inicial.

Mas agora elas enfrentam os combatentes mais leais a Gbagbo, os cerca e 2.500 integrantes da Guarda Republicana, espalhados por Abidjan, além dos militares do Exército regular que permaneceram fiéis ao presidente.

Força da ONU

As forças de paz da ONU na Costa do Marfim mataram pelo menos cinco soldados leais a Gbagbo durante um confronto em Abidjan. Três membros do contingente da ONU foram mortos em um incidente separado, segundo um documento interno da organização visto na sexta-feira pela Reuters.

A ONU acusa o campo de Gbagbo de cometer abusos contra civis e instigar sentimentos contra a organização. Nesta sexta-feira, a ONU também pediu a Ouattara que controle as forças rebeldes e citou relatos não confirmados de que os insurgentes haviam sequestrado e maltratado civis.

Não há dados sobre mortos e feridos, mas a ONG Médicos sem Fronteira informou ter tratado pelo menos 80 pessoas nos últimos dois dias, na maioria feridos a tiros.

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