Números
O plano japonês para retirar a água contaminada dos seus reatores
Total
- Há cerca de 57 mil toneladas de água muito contaminada nos reatores de Fukushima.
Trabalho
- Cerca de 10 mil toneladas serão bombeadas até um reservatório dentro da área da usina, que está vazio.
Perigo
- Para liberar o reservatório, o Japão jogou no mar, no começo de abril, 10 mil toneladas de água menos radioativa. A água que o reservatório receberá agora, porém, está contaminada demais para ser jogada ao mar.
Problema
- Técnicos japoneses precisam descobrir o que fazer com esse reservatório, quando ele estiver cheio de água altamente contaminada. O objetivo é utilizar substâncias químicas que reduzam a radioatividade da água pouco a pouco, mas não há certeza sobre a eficiência do processo.
Sem solução
- Também é preciso definir o que fazer com as 47 mil toneladas de água contaminada que ainda ficarão nos reatores e que não vão caber no reservatório.
Fonte: Folhapress
Fukushima - A operadora da usina nuclear de Fukushima Daiichi começou ontem a operação para bombear a água altamente radioativa do prédio de turbinas do reator 2 para um armazém improvisado, um passo crucial para conter a crise nuclear. A retirada da água, realizada por funcionários Tokyo Electric Power Co. (Tepco), faz parte dos esforços para restaurar o sistema automático de resfriamento do reator 2, um dos mais danificados pelo terremoto e tsunami de 11 de março. A retirada da água é necessária para que o acesso ao local seja liberado.
Os trabalhadores terão de retirar 25 mil toneladas de água radioativa de dentro e dos arredores do prédio, que emana um nível altíssimo de radioatividade, excedendo os mil milisieverts por hora. O total de água acumulada no local, segundo a agência de notícias Kyodo, é estimada em cerca de 57 mil toneladas.
As piscinas de água radiativa são uma consequência da estratégia adotada nas últimas semanas de injetar água do mar para esfriar os reatores e impedir o superaquecimento do combustível nuclear.
A água será removida em etapas e a primeira delas, que teve início ontem, deve demorar ao menos 20 dias, disse Hidehiko Nishiyama, da Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão. O processo completo pode demorar meses. A Tepco deve retirar a água e levá-la para um prédio de armazenamento que ficou inundado durante o tsunami. A água da inundação, com leve radioatividade, foi lançada no oceano para criar espaço para água com maior contaminação.
A empresa pretende usar tecnologia desenvolvida pela francesa Areva para reduzir a radioatividade da água e remover o sal, permitindo que ela seja usada posteriormente para reduzir a temperatura dos reatores. Este processo, contudo, deve levar "vários meses", segundo Hidehiko.
Uma vez que a água contaminada for removida com segurança e os níveis de radioatividade diminuírem, os trabalhadores podem começar a reparar os sistemas de resfriamento dos reatores das unidades 1, 2 e 3, que estavam em operação no momento do tsunami.
Os trabalhadores devem também restaurar as funções de resfriamento das seis piscinas de combustível usado. Quando o tsunami atingiu a usina, as unidades 5 e 6 estavam passando por uma inspeção. Em 20 de março, eles foram colocados em desligamento frio, que é quando o núcleo de um reator fica estável a temperaturas inferiores a 100ºC.
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