Moradores de Homs, na Síria, começaram a ser retirados ontem da cidade velha, controlada pelos rebeldes, e levados aos bairros sob domínio do governo de Bashar al-Assad, onde receberam tratamento e comida.
Mulheres, crianças, feridos e idosos estão autorizados a deixar a zona cercada pelo regime desde junho de 2012. Cerca de 200 deveriam deixar o local ontem, segundo o governador da cidade, Talal al-Barazi.
Um acordo de cessar-fogo de três dias, anunciado pela ONU, permitiu que ônibus, veículos da entidade e do Programa Mundial de Alimentos (PMA), além de ambulâncias do Crescente Vermelho chegassem ao reduto rebelde.
A negociação para a retirada de civis e a entrada de ajuda foi feita durante a Conferência de Paz de Genebra 2, quando representantes de Assad e da oposição sentaram-se à mesa pela primeira vez desde que o conflito, que já matou mais de 130.000 pessoas, começou em 2011.
Homens entre 15 e 55 anos, possíveis soldados anti-Assad, não poderão sair, mas devem receber a ajuda humanitária prevista para entrar na cidade velha amanhã algo que não acontecia há mais de um ano.
Risco
Os rebeldes de Homs temem que a saída de civis leve a um ataque do regime Assad contra os homens que ficaram, algo que a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, se recusou a especular.
Forças do regime atiraram duas vezes contra civis retirados da cidade velha, e um homem foi atingido, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Um rebelde, que falou por telefone ao "New York Times", confirmou que um idoso foi baleado no estômago quando se dirigia para o ônibus e foi levado ao hospital.
Também ontem, o vice-ministro sírio de Relações Exteriores, Faisal Muqdad, membro da delegação do governo sírio nas conversas, anunciou que o país participará da próxima rodada de negociações, prevista para começar na segunda-feira.
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