Um grupo de 24 ex-membros da ditadura argentina começará a ser julgado nesta quarta-feira em Neuquén, acusados de delitos de lesa-humanidade cometidos em uma prisão ilegal dessa província do sul do país.
Entre os processados pelo Tribunal Federal de Neuquén está o ex-agente civil de Inteligência Raúl Guglielminetti, que em março de 2011 foi condenado a 20 anos de prisão por seus crimes em um centro clandestino de detenção de Buenos Aires pelo qual passaram uruguaios, chilenos, cubanos, bolivianos e paraguaios.
Na causa analisada a partir de hoje, conhecida como "Escuelita II", há oito acusados em liberdade, cinco detidos em unidades penais e 11 que foram beneficiados com prisão domiciliar.
No final de 2008 terminou o primeiro dos julgamentos pelos crimes da ditadura nesta prisão clandestina que funcionava em um prédio militar e era conhecida como "La Escuelita", com penas de entre sete e 25 anos de prisão para oito dos principais repressores.
Aquele primeiro julgamento se centrou no sequestro de 17 pessoas nessa prisão clandestino, enquanto o processo que começou hoje abordará outros 39 casos de terrorismo de Estado.
Cerca de 30 mil pessoas desapareceram na Argentina durante a última ditadura (1976-1983), segundo os organismos de direitos humanos.