O julgamento de Dzhokhar Tsarnaev, acusado de colocar com o irmão duas bombas caseiras na reta final da maratona de Boston em 2013, incidente que deixou três mortos e 260 feridos, começou nesta quarta-feira (4) com o discurso de um dos promotores do caso. Na declaração inicial, o promotor federal Willam Weinreb ressaltou que o jovem, de 21 anos, “fingiu ser um espectador”, mas na realidade “tinha a vontade de matar em seu coração”.
Tsarnaev, que compareceu ao julgamento acompanhado por seus advogados, enfrenta 30 acusações que poderiam levá-lo à pena de morte pelo pior atentado cometido em solo americano desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Na terça-feira, a defesa e a acusação chegaram a um acordo sobre os 12 membros do júri - e seis suplentes - que se encarregarão de julgar o jovem, de origem chechena e que mora nos EUA desde os 8 anos.
Tsarnaev é acusado de colocar as bombas caseiras junto ao irmão, Tamerlan, de 26 anos e morto após uma perseguição policial, na reta final da maratona do dia 15 de abril de 2013, em Boston. Além dos três mortos, o ato deixou 260 pessoas feridas, entre as quais 17 sofreram amputações.
A seleção do júri atrasou em mais de um mês o início do julgamento, que estava previsto para começar no dia 26 de janeiro. A maior dificuldade foi encontrar membros do júri dispostos a aplicar a pena de morte, proibida desde 1980 no estado de Massachusetts, mas que, neste caso, poderia ser aplicada porque o acusado enfrenta acusações federais.
A pena de morte contra o acusado, que defendeu sua inocência, foi solicitada em nível federal. Caso Tsarnaev seja enviado ao corredor da morte, deverá ser executado em outro estado, provavelmente em Indiana, após esgotar os recursos. Nas vésperas do julgamento, a defesa deu a entender que sua estratégia pode se basear em ressaltar como atenuante que Dzhokhar foi influenciado pelo irmão mais velho para cometer os atentados.