O julgamento de Saddam Hussein foi iniciado nesta quarta-feira, em um tribunal de Bagdá, com o ex-presidente sendo acusado de crimes contra a Humanidade por sua suposta participação nas mortes de mais de 140 pessoas duas décadas atrás.
Quase dois anos depois de ele ter sido encontrado escondido em um buraco perto da área onde nasceu, Saddam e outros sete membros do Partido Baath serão julgados por eventos ligados a uma tentativa frustrada de assassinato do ex-líder, em 1982.
Usando um terno escuro, ele entrou no tribunal pouco antes de os procedimentos legais começarem, por volta de meio-dia (7h, horário de Bras!lia).
A corte está sendo presidida por um painel de cinco membros, chefiado por Rizgar Mohammed Amin, um curdo, grupo étnico perseguido por Saddam.
A defesa de Saddam quer adiar o caso para ter mais tempo de preparo e afirma também que o tribunal - criado após a invasão americana em 2003 - é ilegítimo.
Em meio a um esquema de segurança sem precedentes, mesmo para um país em guerra, Saddam e outros sete réus serão julgados na corte número 1 do Tribunal Especial Iraquiano, dentro da área fortificada da capital conhecida como Zona Verde.
Líderes iraquianos estavam na corte, localizada em um prédio que já foi do Partido Baath, incluindo o vice-primeiro-ministro, Ahmad Chalabi, e o vice-presidente do Parlamento, Hussain al-Shahristani, cientista nuclear preso por ter se recusado a trabalhar no programa de armas de Saddam.
Ambos são da maioria xiita, também oprimida por Saddam, mas que agora está no poder sob proteção dos EUA.
- É muito importante que a justiça seja feita e seja visto que foi feita - disse Chalabi.
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