O Tribunal Penal Supremo do Iraque iniciou nesta segunda-feira o julgamento contra o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein e seis altos funcionários de seu regime pelo genocídio contra o povo curdo, informaram fontes judiciais.
É o segundo julgamento contra o ex-ditador em um tribunal iraquiano desde a queda de seu regime, em abril de 2003.
As acusações do novo julgamento se referem aos ataques lançados contra o Curdistão iraquiano na denominada campanha de Al Anfal (botina de guerra), em 1987 e 1988, nos quais foram assassinados milhares de curdos.
Os sete acusados assistiram à sessão desta segunda-feira, incluindo Saddam Hussein, seu primo, Ali Hassan al-Mayid, conhecido como "Ali, o químico", e o ex-ministro da Defesa Sultão Hajem.
Os demais processados são Saber Abdelaziz al-Douri, antigo diretor dos Serviços de Informação Militar; Hussein Rashid al-Tikriti, ex-membro do Comando Geral das Forças Armadas; Farhan Mutlak al-Yaburi, que foi chefe dos Serviços de Informação Militares no norte do país, e Taher Taufiq al-Ani, que era governador da província de Mossul. Todos são acusados de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
Saddam, de 69 anos, assim como seu primo, ficaram em silêncio quando foram perguntados pelo presidente da Corte, o xiita Abdallah Ali Alush al-Ameri, se eles se consideram culpados, enquanto os demais disseram que não.
O julgamento começou com um debate entre o presidente do Tribunal e o ex-ditador, que rejeitou ser chamado de acusado e insistiu que o julgamento é ilegal, porque se acontece enquanto o Iraque está ocupado por forças estrangeiras.
- Sou Saddam Hussein, presidente da República do Iraque e comandante supremo das Forças Armadas - disse Saddam, vestido uma jaqueta negra.
Saddam e outros sete de seus antigos colaboradores enfrentam um primeiro julgamento, que começou em outubro passado, relativo ao massacre de 148 xiitas após uma suposta tentativa de assassinato contra o ex-ditador na aldeia Al Dujail, em 1982.
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