A Suprema Corte de Oslo iniciou nesta terça-feira o julgamento contra os três estrangeiros acusados de planejar um atentado contra o jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" e o cartunista Kurt Westergaard, ambos responsáveis pela publicação de caricaturas de Maomé em 2005.
Trata-se de Mikael Davud, de 40 anos, considerado o chefe do grupo, Shawan Sadek Saeed Bujak, de 38, e David Jakobsen, 33 anos. A Promotoria acredita que Davud, que supostamente esteve em campos de treinamento terroristas no Paquistão, possui ligações com o grupo fundamentalista islâmico Al Qaeda.
A acusação apontava inicialmente que os três pretendiam realizar vários atentados em solo norueguês, inclusive foi mencionado um suposto ataque à embaixada da China. No entanto, a Promotoria decidiu se concentrar só nos casos que envolvem o jornal e o caricaturista.
Os três supostos terroristas foram detidos em julho de 2010. Davud e Bujak foram presos na Noruega, e Jakobsen na Alemanha. Segundo a acusação, a intenção do grupo era articular um atentado com a fabricação de uma potente bomba utilizando peróxido de hidrogênio.
Durante a audiência inaugural do julgamento, que deverá se estender por mais seis semanas, os três acusados se declararam inocentes.
A Polícia da Dinamarca registrou nos últimos anos várias tentativas de atentado contra o jornal "Jyllands-Posten" e o cartunista Westergaard, desde que as polêmicas caricaturas de Maomé, que aparecia com um turbante-bomba, foram publicadas em setembro de 2005.
Meses depois da publicação, as caricaturas provocaram muitos protestos no mundo islâmico, o que resultou na morte de cerca de 150 pessoas, além de um boicote comercial aos produtos dinamarqueses.
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