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Índia

Começa julgamento por atentados em Mumbai

Em meio a eventuais ataques de riso, o homem acusado de ser o único sobrevivente entre os autores dos atentados do ano passado em Mumbai disse na segunda-feira a um tribunal indiano que ele é do Paquistão e deseja assistência jurídica, segundo autoridades.

O julgamento de Mohammed Ajmal Kasab, indiciado em fevereiro pela polícia por "travar uma guerra" contra a Índia, começou na segunda-feira via videoconferência - o réu permanece preso em Mumbai.

No final de novembro, homens armados mataram 166 pessoas em vários pontos da metrópole financeira da Índia, numa ação que durou três dias.

Sorridente, barbado, Kasab respondeu com firmeza quando questionado se havia recebido uma cópia das acusações e se desejava um defensor público, de acordo o procurador Ujjwal Nikam, advogado do governo.

"Ele ficou sorrindo o tempo todo e disse que era de Faridkot, no Paquistão", disse Nikram. "Ele começou a rir quando o juiz lhe perguntou se ele entendia tudo o que estava na folha de acusação."

Os atentados provocaram uma fase de tensão agravada entre os eternos rivais Índia e Paquistão. Nova Délhi acusa os serviços de inteligência paquistaneses de envolvimento nos ataques. Islamabad nega e exige que a Índia apresente provas.

De acordo com a polícia, Kasab foi um dos dez homens que chegaram a Mumbai por mar e realizaram os ataques contra locais importantes, como hotéis cinco estrelas, a principal estação ferroviária e um centro judaico.

A polícia diz que Kasab, que pode ser condenado à forca, ficou ferido no tiroteio. Fotos do jovem, vestindo tênis e portando um rifle automático e uma mochila, foram publicadas no mundo todo depois dos atentados.

Kasab está preso desde então, e nenhum advogado indiano quis defendê-lo. "Ele anteriormente havia solicitado assistência jurídica do Paquistão. Precisamos de mais algum tempo para nomear um advogado que o defenda", disse Nikam ao juiz.

Uma nova audiência está marcada para o dia 30. Por razões de segurança, o réu não deve comparecer pessoalmente às audiências até que esteja pronta uma cela de concreto, à prova de bombas, dentro do tribunal.

Autoridades policiais e carcerárias dizem que Kasab, que na segunda-feira vestia jeans e camiseta preta, tem cooperado. "Ele confessou que é do Paquistão e também pediu assistência jurídica à corte", disse à Reuters Rakesh Maria, investigador-chefe do caso.

Dois indianos - Fahim Ansari e Sabauddin - acusados de pertencerem ao grupo islâmico paquistanês Lashkar-e-Taiba e de avaliarem possíveis alvos em Mumbai antes do ataque também participaram da audiência por teleconferência. Segundo Nikam, ambos também solicitaram advogados públicos.

A Índia indiciou 38 pessoas, inclusive Kasab e os dois indianos, por ligação com o caso. O governo afirma que a maioria dos réus vive no Paquistão.

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