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Criança é vista no aeroporto de Beirute, no Líbano, durante a peregrinação dos muçulmanos para Meca | Reuters/Mohammed Azakir
Criança é vista no aeroporto de Beirute, no Líbano, durante a peregrinação dos muçulmanos para Meca| Foto: Reuters/Mohammed Azakir

Quase 3 milhões de peregrinos muçulmanos iniciaram a primeira fase da peregrinação anual do haj nesta quarta-feira (24), percorrendo as ruas lotadas que saem da Grande Mesquita de Meca para o enorme campo em Mina, nos arredores da cidade da Arábia Saudita.

Em meio a um mar de pessoas, todas vestidas com as mesmas vestes brancas, os peregrinos incapazes de entrar em uma nova linha ferroviária lotavam os 18 mil ônibus fornecidos pela cidade ou se amontoavam em caminhonetes. Outros caminharam os 5 quilômetros até Mina sob uma temperatura de 35 graus Celsius, no fim da tarde.

"Quero pedir a Deus o paraíso... Não quero nada do mundo. Quero ganhar o paraíso e estar entre os homens bons", disse o iemenita Abdul Raki al-Yamani, que vive em Meca, enquanto aguardava para subir em um ônibus.

A peregrinação é um dos cinco pilares do islã e é uma obrigação para todos os muçulmanos pelo menos durante uma vez na vida, caso sejam capazes de fazê-lo.

O prefeito de Meca, Osama Fadl al-Bar, disse que a expectativa é de que este ano 3 milhões de pessoas façam a peregrinação, incluindo os que são da própria Arábia Saudita. O Ministério do Interior informou que 1,75 milhão chegaram do exterior.

O haj deste ano tem como pano de fundo uma divisão no Oriente Médio, o centro histórico do mundo islâmico, uma vez que o Irã, formado por xiitas, e países sunitas como Arábia Saudita e a Turquia estão em lados opostos da guerra civil na Síria.

Os governos saudita e iraniano minimizaram a possibilidade de problemas relacionados à política no haj. As autoridades da Arábia Saudita, entretanto, advertiram que não permitirão desordens.

Em alguns anos, o haj foi marcado por desastres, incluindo tumultos e incêndios, nos quais centenas de pessoas morreram. Mas as autoridades investiram pesado em uma infraestrutura melhor e desde 2006 não há incidentes do tipo.

Na quinta-feira, os peregrinos viajarão outros 7 quilômetros até o monte Arafat, uma colina rochosa onde vão rezar. O momento é considerado por muitos muçulmanos o clímax do haj.

O sírio Hussein Ali, de 37 anos, que vive no Kuweit, decidiu caminhar de Meca ao Arafat. "Começo a marchar ao Arafat depois da meia-noite e devo levar cerca de três horas", afirmou.

Depois, eles passarão a noite nas planícies de Muzdalifah, onde devem pegar os pedregulhos a serem usados no dia seguinte para jogar contra três grandes muros representando Satã em Jamarat, entre Meca e Mina.

"Arafat é o maior pilar do haj e espero que Deus aceite minhas orações ali. Espero ter dinheiro o suficiente para que possa vir aqui de novo para me arrepender dos meus pecados", disse o pescador Mohammed Omar Emara, de 33 anos, do Egito.

Ele viajou por três dias de ônibus para chegar a Meca depois de receber dinheiro do pai para fazer a viagem.

"Estou feliz de estar aqui, para me arrepender dos meus pecados nesta antiga casa de Deus e as boas ações são duplamente recompensadas aqui", disse Emara, enquanto andava pelo bairro de Aziziyah, em Meca, em busca de uma loja para comprar pão e água para a viagem.

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