O processo de libertação de cinco reféns em poder da guerrilha colombiana Farc começou nesta segunda-feira com o embarque para o Brasil de uma missão que receberá o grupo na selva, informou a ex-senadora Piedad Córdoba. A libertação é vista como um possível início para um acordo de paz na Colômbia.
A delegação saiu do aeroporto de Bogotá com destino a São Gabriel da Cachoeira (AM), de onde partirão na terça-feira os helicópteros militares brasileiros -- usando o emblema do Comitê Internacional da Cruz Vermelha - que recolherão os reféns na selva colombiana.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), maior guerrilha do país, ofereceram libertar unilateralmente dois políticos e três militares que fazem parte de um grupo de prisioneiros em poder dos militantes, alguns há mais de 13 anos.
O vereador Marcos Vaquero, de San José del Guaviare , sequestrado em junho de 2009 no Departamento do Guaviare, será entregue na quarta-feira e será levado à cidade de Villavicencio, segundo o cronograma.
Na sexta-feira é esperada a libertação de outro vereador, Armando Acuña, do município de Garzón, e do soldado da Marinha Henry López, que devem ser levados ao aeroporto de Florência, no departamento do Caquetá.
O policial Guillermo Solórzano e o suboficial do Exército Salín Antonio Sanmiguel chegarão no domingo a Ibagué, segundo os planos.
Córdoba, que perdeu o mandato de senadora por ser acusada de ligação com a guerrilha, disse que ainda não há contatos para um processo de paz definitivo entre o governo do presidente Juan Manuel Santos e as Farc. No entanto, ela afirmou que os 16 militares que continuarão em poder da guerrilha depois da entrega dos cinco reféns poderão voltar para suas casas no máximo até junho.
"Neste momento não há nenhuma aproximação com o governo, mas o trabalho que estamos fazendo é um trabalho para que tanto o governo quanto as Farc quanto o Exército de Libertação Nacional (outra guerrilha de esquerda) e a sociedade civil se reúnam em algum momento", disse Córdoba a jornalistas.
"Hoje o que há é uma grande expectativa, com muitas possibilidades de que tudo o que estamos pensando dê lugar à paz na Colômbia. Não é fácil, é preciso trabalhar isso, e trabalhando a gente consegue as coisas."
Para iniciar um processo de paz, o governo exige que as Farc entreguem seus reféns, suspendam seus ataques e anunciem a intenção de depor armas. O vice-presidente Angelino Garzón disse que, se isso acontecer, o governo terá "toda a vontade política para construir cenários de paz e processos de perdão e reconciliação."
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