O Costa Concordia, que naufragou em janeiro de 2012 frente à ilha italiana do Giglio, empreendeu nesta quarta-feira (23) a viagem que, com ajuda de uma série de rebocadores, o levará até a cidade de Gênova, onde será desmontado.
Às 11h15 locais (3h15 de Brasília) a embarcação abandonou o litoral da Toscana, nas quais permaneceu durante dois anos e meio, desde o momento da tragédia na qual morreram 32 pessoas.
As operações de preparação para a saída do cruzeiro do Gilglio começaram quatro horas antes, quando giraram a embarcação 180 graus para colocar sua proa em direção norte.
Assim, a nave começou a adentrar em águas do mar Tirreno arrastada por dois rebocadores que a levarão até Gênova, onde chegará previsivelmente na manhã do próximo domingo.
Antes de chegar a seu destino terá que percorrer os mais de 300 quilômetros que separam a ilha do Giglio da capital genovesa, e fará isso auxiliado por 14 embarcações de diversos pavilhões (entre elas uma espanhola e outra panamenha).
A saída do Costa Concordia da ilha na qual naufragou há 900 dias foi envolta por uma grande expectativa.
Eram centenas de moradores, turistas e curiosos, que se congregaram desde o começo da manhã no porto toscano para ser testemunhas deste acontecimento.
Assim que o navio começou a se mover, os operadores do Centro de Coordenação da operação de mudança deram uma salva de palmas.
No entanto, o chefe da Defesa Civil italiana, Franco Gabrielli, pediu para não comemorar vitória para honrar assim a memória das 33 pessoas que perderam a vida no Costa Concordia.
Trinta e dois deles no momento do incidente, na noite de 13 de janeiro de 2012, e um outro mais em fevereiro passado: um submarinista espanhol que trabalhava nas obras de flutuação do navio e que morreu após sofrer um profundo corte na perna.
Enquanto a nave desaparecia no horizonte compareciam em entrevista coletiva as autoridades que dirigiram este dispositivo faraônico destinado a desencalhar, endireitar, flutuar e desmantelar a embarcação.
O responsável pelo projeto, Franco Porcellacchia, disse emocionado e que "tudo saiu perfeitamente" e qualificou o dia de histórico.
Durante sua viagem até o porto de Gênova, o Costa Concordia atravessará águas francesas ao passar perto da ilha da Córsega, por isso as autoridades francesas já anunciaram que seguirão seu transcurso com atenção.
O almirante italiano Giovanni Pettorino afirmou que as aeronaves da Capitania de porto detectaram "três anomalias" sobre a superfície de água pela qual deverá passar o Costa Concordia.
Duas delas em águas francesas e a outra em águas territoriais italianas.