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Atualizada na segunda-feira, dia 14/07, às 19h30

Os disparos deixaram de ser ouvidos nesta segunda-feira no Sul do Líbano, depois da entrada em vigor da trégua negociada pelas Nações Unidas que e para pôr fim a cinco semanas de combates entre Israel e o Hezbollah, em que morreram mais de 1.250 pessoas.

Mas as explosões podem vir a ser ouvidas noutra parte do mundo: o Irã. A revista "The New Yorker" publica nesta semana reportagem em que Seymour M. Hersh, o premiado repórter investigativo americano, afirma que o ataque no Líbano foi um teste para uma possível ofensiva americana contra o Irã . O governo de Israel e o governo americano negam tal afirmação.

Os diplomatas prevêem que a trégua será frágil. Dezenas de milhares de soldados israelenses continuam no Sul do Líbano e não vão se retirar por completo até a chegada de uma força internacional de pacificação junto com tropas libanesas. Agências humanitárias aguardam a consolidação da trégua para acelerar seus esforços na região.

Fontes de segurança no Sul do Líbano disseram que os ataques aéreos israelenses e o fogo de artilharia continuaram até minutos antes da trégua ter entrado em vigor às 2h (horário de Brasília). Depois houve silêncio.

Milhares de moradores de áreas de conflito pesado retornaram para suas casas nesta segunda-feira. Muitas delas levavam em veículos bandeiras do Hezbollah.

O ministro das Finanças do Líbano, Jihad Azour, disse à rede de televisão France 2 que a trégua estava sendo respeitada.

- A situação é estável ao longo de toda a fronteira e nas zonas de hostilidades - afirmou.

O premier de Israel, Ehud Olmert, disse que, apesar do cessar-fogo mediado pela ONU, Israel vai continuar perseguindo o Hezbollah , em cujo estatuto está a luta pela destruição do Estado judeu. No Parlamento, o premier teve que ouvir críticas do líder da oposição, Benjamin Netanyahu, que considerou que a missão militar no Líbano fracassou.

O Exército israelense disse que alguns soldados haviam começado a se retirar do Sul do Líbano para começar a trégua. Não havia informação de que o Hezbollah tivesse lançado algum foguete na direção de Israel depois do início do cessar-fogo. A mílicia proclamou nesta segunda-feira ter conseguido uma "grande vitória".

- Estamos entrando na fase de uma trégua. Os disparos terminaram. Esperamos que o cessar-fogo se mantenha. Pedimos aos soldados que permaneçam em alerta e se preparem, já que o Hezbollah ainda pode romper a trégua - disse um alto oficial do Exército israelense pelo rádio, dando ordens aos soldados.

Israel indicou que por enquanto não suspenderá o bloqueio por ar e mar sobre o Líbano.

- O bloqueio continuará até que se instale um mecanismo para supervisionar e deter o contrabando de armas - disse uma fonte militar.

O líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, afirmou no sábado que suas guerrilhas cumpririam a trégua, mas se reservavam ao direito de combater as forças israelenses ainda presentes no Líbano.

Minutos antes do cessar-fogo entrar em vigor, um ataque israelense contra uma van na periferia da cidade de Baalbek matou sete pessoas, informaram médicos libaneses. Fontes da segurança disseram que no veículo viajavam policiais, soldados e civis.

Ataques aéreos em um povoado perto da fronteira do Leste do Líbano com a Síria mataram ao menos nove civis, disseram médicos. Um policial morreu em outro ataque na região. Em uma incursão em um campo de refugiados palestinos uma pessoa foi morta, informaram fontes da segurança.

Cerca de 1.100 pessoas no Líbano, a maioria civis, e 156 israelenses, entre eles 116 soldados, morreram no confronto armado, que teve início quando a milícia xiita libanesa Hezbollah matou oito soldados israelenses e capturou outros dois em uma incursão no território israelense em 12 de julho.

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