
A polícia iraniana ameaçou comerciantes que fecharam suas lojas no principal bazar de Teerã e prendeu cambistas ilegais ontem, no primeiro sinal de descontentamento público com a desvalorização do rial, a moeda do Irã, que em menos de uma semana perdeu mais de um terço do valor. Os protestos marcam a primeira vez que os lojistas do bazar, classe que desde 1979 apoia a teocracia xiita, se voltou publicamente contra o governo. Milhares de lojistas, comerciários e os chamados "bazaris" (grandes comerciantes) protestaram no Grande Bazar de Teerã e pediram a renúncia imediata do presidente Mahmoud Ahmadinejad, de acordo com fontes e vídeos postados no YouTube. Desde o dia 24 de setembro, a moeda iraniana perdeu 35% do valor frente ao dólar.
"Morte ao governo enganador" e "Mahmoud, tenha vergonha, deixe a política", gritavam os lojistas e comerciários nos vídeos. A tropa de choque foi enviada ao Grande Bazar, um ponto turístico da capital iraniana. Pelo menos 150 pessoas foram detidas, de acordo com websites da oposição.
Ahmadinejad atribui a desvalorização da moeda aos embargos econômicos do Ocidente. O presidente iraniano deixará o cargo em 2013, não pode se reeleger e enfrenta um forte desgaste político, decorrente em parte da sua disputa de poder com o líder máximo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
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