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Comércio entre Venezuela e Colômbia não será retomado tão cedo

Chávez com Maradona, em Caracas: holofotes para anunciar rompimento total de relações com a Colômbia | Jorge Silva/Reuters
Chávez com Maradona, em Caracas: holofotes para anunciar rompimento total de relações com a Colômbia (Foto: Jorge Silva/Reuters)
Veja comparativo militar e econômico entre Venezuela e Colômbia |

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Veja comparativo militar e econômico entre Venezuela e Colômbia

Uma semana depois de dizer que iria avaliar a retomada das relações comerciais com a Colômbia, "congeladas" por Caracas há um ano, o presidente venezuelano Hugo Chávez deu mostras ontem de que a recuperação está longe de acontecer.

A desaceleração de 70% no comércio entre os dois países no último ano prejudicou mais a Colômbia. Devido ao "embargo de importações" imposto por Chávez em julho passado, após acordo de Bogotá que aumentou o número de soldados americanos no território colombiano, o PIB do país deve deixar de crescer um ponto porcentual neste ano.

Se em 2008 as exportações colombianas a Caracas, principalmente de alimentos, autopeças e têxteis foi de US$ 6 bilhões, em 2009 o número caiu a US$ 4 bilhões e nos últimos 12 meses se resumiu a US$ 1,5 bilhão, de acordo com o ministro venezuelano do Comércio Luis Guillermo Plata.

Quando congelou as relações, Chávez disse que supriria as importações da Colômbia pelas do Equador, Bolívia ou de países da América Central. "Se o governo de Bogotá acredita que dependemos de suas exportações, está muito equivocado", disse na ocasião. Já na semana passada, afirmou saber que "eles querem que voltemos a comprar produtos deles" e que iria avaliar. A substituição do presidente e "arqui-inimigo" Alvaro Uribe por Juan Manuel Santos no próximo dia 7 de agosto prometia colocar panos quentes na briga.

Em 2008, 12,6% das compras venezuelanas procederam da Colômbia, enquanto 26% partiram dos EUA e 10,7% do Brasil. Para o professor de Economia da UFPR Gabriel Porcile, "quando os países usam o comércio como arma política, outros concorrentes aproveitam a oportunidade" e acabam suprindo a demanda deixada em aberto.

Em Bogotá, essa situação causou descontentamento ontem. A diretora da Câmara de Comércio Colombiano-Venezuelana, Magdalena Pardo, disse que a situação é "muito grave e preocupante" para ambos os países, e o chanceler Augusto Ramírez Ocampo, que trabalhou para o governo de Belisario Betancur (1982-1986), disse que a decisão da Venezuela "dificulta e atrasa muito a reabilitação das relações".

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