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| Foto: Nasa//JPL-Caltech

Dois cometas “irmãos” vão passar perto da Terra neste início de semana, mas não há risco de colisão, informou o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL).

Nesta segunda-feira (21) pela manhã, o 252P/LINEAR, com 230 metros de diâmetro, chegará a cerca de 5,2 milhões de quilômetros de nosso planeta, enquanto no fim da manhã de terça (22) será a vez do P/2016 BA14, com aproximadamente metade do tamanho do anterior, cruzar nossa vizinhança a apenas 3,5 milhões de quilômetros, na terceira maior aproximação já registrada para esse tipo de objeto, atrás apenas do cometa D/1770 L1 (Lexell) em 1770 e do C/1983 H1 (IRAS-Araki-Alcock) em 1983.

Descoberto em 22 de janeiro último pelo telescópio PanStarrs, da Universidade do Havaí, o P/2016 BA14 foi inicialmente classificado como um asteroide, mas observações posteriores feitas por pesquisadores da Universidade de Maryland e do Observatório Lowell com um telescópio patrocinado pelo canal de TV a cabo Discovery mostrou que ele tinha uma tênue cauda, sendo então de fato um cometa.

O objeto, no entanto, trouxe outra surpresa: sua órbita era muito similar à do 252P/LINEAR, descoberto em abril de 2000 por programa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). A coincidência levou os especialistas a acreditarem então que eles na verdade são “irmãos”, com o segundo tendo se originado de uma parte que se desprendeu do primeiro.

“O cometa P/2016 BA14 é possivelmente um fragmento do 252P/LINEAR” diz Paul Chodas, chefe do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra da Nasa, no JPL. “Os dois podem estar relacionados porque suas órbitas são notavelmente similares. Sabemos que os cometas são coisas relativamente frágeis, como em 1993, quando o cometa Shoemaker-Levy 9 foi descoberto e seus pedaços ligados a uma passagem por Júpiter. Talvez durante uma passagem anterior pelo interior do Sistema Solar, ou por um sobrevoo distante por Júpiter, um pedaço que agora conhecemos como BA14 tenha se soltado do 252P.”

Apesar de ambos cometas chegarem muito perto da Terra, quem quiser observá-los terá que ter um telescópio de nível profissional, já que os dois são relativamente muito pequenos e têm um brilho muito tênue. Esta também será a maior aproximação que eles terão de nosso planeta em um futuro previsível, destaca Chodas.

“Este 22 de março vai ser o mais perto que o P/2016 BA14 chegará de nosso planeta por pelo menos os próximos 150 anos” conta. “O cometa P/2016 BA14 não é uma ameaça. Muito pelo contrário, ele representa uma excelente oportunidade para o avanço nos estudos científicos de cometas.”

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