A Comissão Eleitoral birmanesa anunciou nesta quarta-feira de forma oficial a candidatura da líder opositora e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi às eleições legislativas parciais de 1º de abril.
O organismo assinalou em nota que Suu Kyi, líder da Liga Nacional pela Democracia; U Soe Min, do governista Partido para o Desenvolvimento e Solidariedade da União; e U Tin Yi, do Partido da Unidade e Paz, disputarão a cadeira vaga no Parlamento correspondente à circunscrição eleitoral de Kawmu, situada ao sul de Yangun, a maior cidade de Mianmar.
Kahwmu, povoado com 130 mil pessoas, é uma das zonas da região do delta do rio Irrawaddy mais atingidas pelo ciclone Nargis, que em maio de 2008 deixou 138 mil vítimas, entre mortos e desaparecidos
A Comissão também assinalou ter rejeitado a denúncia feita por U Tin Yi contra a candidatura de Suu Kyi, que foi acusada de ter sua renda derivada de seu casamento com o professor de nacionalidade britânica Michael Aris, falecido em 1999.
O organismo estatal acrescentou que não existem provas suficientes que sustentem a denúncia de que a candidatura de Suu Kyi vulnera a Constituição ou as leis eleitorais.
As eleições parciais terão o objetivo de preencher as cadeiras vagas no Legislativo eleito no pleito realizado em novembro de 2010 e que foi boicotado por Suu Kyi e um setor de seu partido.
Nas eleições parciais, os partidos disputarão 46 das 440 cadeiras do Legislativo, sendo 40 na Câmara Baixa, seis na Câmara Alta e outros duas pertencentes a assembleias legislativas regionais.
O partido de Suu Kyi e o capitaneado pelo presidente birmanês, Thein Sein, são os únicos que apresentarão candidatos a todas as cadeiras disponíveis.